domingo, 21 de outubro de 2007

Big Bang, Vida, Evolução e Criacionismo

Big Bang, Vida, Evolução e Criacionismo



Uma das grandes dúvidas que tangem o pensamento humano é: de ondes viemos? Essa pergunta tem uma profundidade enorme pois envolve questões científicas, filosóficas, psicológicas e religiosas. Tentarei expor da forma mais resumida possível, de como podemos abordar essa questão e como foi se desenvolvendo ao longo dos tempos.


1) O Universo

Em várias culturas existem mitos sobre a criação do mundo. Na cultura judaico-cristã, tem-se no relato de Gênesis, D'us (o Ser necessário, eterno) cria o Universo ex nihilo (do nada) . Nessa visão, o Universo teve um começo. Na visão hindu, existe a trindade (Brahma,Vishnu e Shiva), onde Brahma é o criador, Vishnu o que conserva e Shiva o que destrói e, recomeça-se a criação. Um universo cíclico, com suscessivos nascimentos e mortes.

Durante muitos séculos, a cultura ocidental aceitava como teoria para o Universo o relato ao pé da letra do Gênesis. E, a partir deste, estimou-se a idade do Universo entre 5000 e 6000 anos, a partir dos tempos de vidas relatadas pela bíblia.
Com o desenvolvimento das ciências da terra (geologia), da química, física esse valor foi aumentando consideravelmente. A idade da Terra estimada hoje em dia é de cerca 4 bilhões de anos.
Sobre o Universo, com as observações astronômicas, com nome a se destacar de Edwin Huble, o qual observou que as galáxias estão se afastando, com uma velocidade proporcional a distância entre elas. Com este fato, poderíamos afirmar que no passado as galáxias estavam mais próximas umas das outras e que, todo a matéria do universo estava muito junta, concentrada. Antes da observação de Huble, Einstein resolvendo as equações da relatividade geral, também tinha chegado a conclusão de que o Universo teve um passado mais denso. Mas Einstein acreditava num Universo estático, e para "concertar" um possível erro em sua teoria, acrescentou um constante chamada de 'constante cosmológica' e que, posterior as observações de Huble, voltou atrás e disse que "a constante cosmológica foi o maior erro da minha vida."
Já na década de 1960, verificou-se que existia uma radiação de fundo que era proveniente do passado do Cosmo. Reunindo tudo isso, consolidou-se que o Universo estava concentrado, com uma grande densidade, que chamamos de singularidade (grande volume concentrado num espaço de volume zero) e que a partir de uma grande explosão passou a se expandir. E essa explosão que do original do inglês é "Big Bang".Não sabemos o motivo pelo qual ocorreu o Big Bang. Hoje em dia sabemos que este momento limite do Cosmo as leis físicas que hoje conhecemos não são válidas. Os fenômenos que ali ocorriam eram estranhos e ali coexistiam massa e energia, em alta temperatura onde o que reinavam mesmo eram os fenômenos quânticos. O tempo decorrido até hoje do Big Bang é em torno de 15 bilhões de anos.

Cabe a pergunta: O Universo surgiu na Grande Explosão? Essa pergunta para alguns seriam inconsistente, pois o tempo e o espaço foram "criados" no momento do big bang, conclusão está chegada através das equações de Einstein da relatividade. Então não faria sentido dizer "antes" do Big Bang.
Mas com as avanços na área de física teórica, poderia-se afirmar que existe o "antes" do princípio, mas nada demonstrado.
O modelo de Universo mais aceito hoje em dia é de que o Universo surgiu do Big Bang e irá se expandir eternamente, até chegar a chamada 'morte térmica'.
Outros modelos: a) O universo começou no Big Bang se expande e até chegar um tamanho máximo e passa a se contrair até chegar a um estado em que toda a matéria-energia voltam a concentrar-se numa singularidade, chamado Big Crunch.
b)Um universo oscilante, no qual não existe um início, e sim sucessivas criações e destruições, ou seja, ... big-bang -> big crunch/big bang->big crunch...~



2)Vida

Vida, como podemos defini-la? Pelo que nos diz a ciência, a vida vem de elementos que sejam capazes de nascer, crescer, reproduzir-se e depois morrer. Os seres vivos tem RNA ou DNA, que estas são derivadas de proteínas.

A vida surgiu na Terra a cerca de 3,2 bilhões de anos. E vimos que a Terra tem cerca de 4,0 bilhões. Na Terra primordial, que estava com uma temperatura bem alta e todo o seu material encontrava-se num estado tipo de uma sopa, sem uma atmosfera e com isso sujeito a radiações vindas do espaço, e cargas elétricas livres. Num ambiente assim, com muitas reações químicas aleatórias acabou-se formando as proteínas e aminoácidos que são as condições necessárias para a formação do RNA e, consequentemente, a vida.

Mas haveria tempo suficiente para que reações aleatórias favorecessem o surgimento da vida?
Como vimos, o Universo tem cerca de 15 bilhões de anos e a Terra 4 bilhões. E 800 milhões de anos após, surge a forma primitiva de vida. Em termos probabilísticos, a ocorrência de vida ao acaso é bem pequena em relação ao tempo de existência do cosmo. Se o universo fosse eterno, claro que em algum momento reações aleatórias levariam a vida. Poderíamos comparar a ocorrência de vida ao acaso como tendo a mesma probabilidade de um chimpanzé que, ao teclar aleatoriamente numa máquina de escrever, conseguir escrever um texto de Shakespeare! A probabilidade disso ocorrer é de 0,000000000000001.



3) Evolução

Charles Darwin, que viveu no final do século XIX, naturalista inglês, escreveu sua grande obra 'A origem das espécies', após a expedição que fez a bordo do Beagle ao redor do mundo e com base em leituras de autores de observações geológicas. Em 'A origem das espécies' Darwin fala sobre a equivalência de orgãos existentes em espécies diferentes e observa uma ordenação nas espécies conforme suas características conforme a adaptação ao ambiente e uma melhor adaptação a este. Quem se adapta melhor, segue adiante e as menos aptas acabam perecendo. Ou seja, cada espécie vai sofrendo mutações (transformações) conforme o ambiente. Mas estas mutações são lentas, graduais, numa escala de tempo que transcende em muito o nosso tempo de vida. Tempo. Esse era o primeiro grande obstáculo com relação a aceitação de sua teoria, pois a idade da Terra estimada inicialmente, como vimos acima, era bem menor do que o proposto por Darwin. Mas com os avanços da geologia e da física, a idade da Terra posteriormente estimadas, já era um obstáculo a menos.
O segundo obstáculo eram os registros fósseis. Segundo Darwin, a evolução é gradual e contínua. Mas os registros fósseis apresentavam saltos, como se fosse uma evolução salteada. Mas o próprio Darwin admitia essa pendência, mas que com o passar dos tempos, essas falhas seriam preenchidas. De fato que, com o passar dos anos, obteve-se muitos achados que diminuiram muito os hiatos na escala evolucionária, mas não a eliminaram. Existem teorias neo-darwinianas que já admitem na evolução pontual.



4) Criacionismo

Mas a maior dificuldade enfrentada pela teoria darwiniana por uma corrente chamada Criacionismo, a qual acredita que o mundo foi criado de acordo com o relato bíblico, ao pé da letra. Eles acreditam que o mundo tem cerca de 6000 anos, e que D'us criou cada criatura em cada dia. O argumento que eles utilizam contra a evolução, que ocorre de um estado menos complexo para o mais complexo é que isso contraria a Segunda da Lei da Termodinâmica, a qual diz que a entropia do Universo sempre aumenta (entropia podemos entender como desorganização), ou seja, a desorganização do universo sempre aumenta ( do mais organizado para o menos organizado), ao contrário da evolução (menos organizado para o mais organizado).

Primeiramente, temos que ver que o Gênesis, foi escrito cerca de 3200 anos. Moisés, que segundo a tradição, foi quem recebeu a Torah de D'us, liderava um povo que era escravo no Egito e este povo eram ignorantes em sua maioria. Moisés detinha de um conhecimento bem acima, pois foi criado na corte do faraó, recebeu estudo. Como Moisés poderia falar para uma população de ignorantes de forma racional e lhes passar tudo o que aprendeu. Então tudo que Moisés escreveu foi sob a linguagem do homem, como disse Maimônides, filósofo judeu medieval. E ainda mais: Maimônides fala que o relato da Criação não pode ser interpretado ao pé da letra, pois está escrito sob forma de parábolas. O verdadeiro conhecimento deve estar conciliado com o estudo das ciências física e da astronomia. A leitura ao pé da letra acaba levando a irreligião, ao um entendimento errado de D'us.

Vimos então que a Bíblia foi escrita na linguagem dos homens. E se repararem bem a evolução está mencionada no texto bíblico. O comentarista Nachmânides, século XII comentando Gênesis2:7, observa que o desenvolvimento da humanidade deu-se em três estágios distintos. O material do corpo de Adão encontrava-se inicialmente sob a forma de matéria inerte (o pó do solo de Gênesis 2:7). No primeiro estágio, houve uma força que produziu crescimento, 'como de uma planta'. Em seguida com nova intervenção divina, o homem tornou-se de se mover, primeiro como um peixe e depois como os animais terrestres. Nesse ponto, Nachmânides, ainda comentando Gênesis 2:7, refere-se a Gênesis 1:20 e 1:24. Esses dois versículos descrevem sequencialmente o aparecimento da vida aquática e da vida animal terrestre. Antes de adquirir o atributo distintivo da humanidade, prossegue Nachmânides, o animal que se tornaria possuía a estrutura física e o poder de percepção de um humano. Somente quando isso já havia consumado é que o espírito de Deus, o neshamah, foi insuflado nele. Nachmânides conclui sua discussão observando que o raciocínio, a fala e todas as faculdades do ser humano, embora não sejam uma parte do espírito, estão sujeitas ao espírito que foi concedido somente a humanidade dentre todos os animais. A contribuição direta recém-criada de D'us, o hálito do espírito, veio ao homem somente após a parte material estar intacta. Essa contribuição não tem atributos físicos. O neshamah, insuflado na humanidade por D'us, foi o último ato na criação e formação da humanidade.

Com relação a aparente inconsistência entre a Evolução e a Segunda Lei da Termodinâmica temos:
A Segunda Lei da Termodinâmica (SLT), que diz que a entropia de um sistema fechado sempre é positiva. Podemos entender como entropia o grau de desorganização de um sistema que, para um sistema fechado, sempre vai aumentando. Por exemplo: quando um copo cai no chão e se rompe em mil pedaços, quer dizer que aumento a desordem do universo (entropia aumentou). Mas nunca esperamos que de forma espontânea os cacos se juntem para reorganizar o formato do copo.Pois bem, olhando de forma rápida, poderíamos cair no seguinte equívoco: "Como a evolução ocorre no sentido da menor para maior complexidade? Isso contradiz a Segunda Lei da Termodinâmica!"Mas amigos, temos que observar o seguinte: a SLT fala que a entropia de um SISTEMA FECHADO sempre aumenta. Pois bem, a Terra não é um sistema fechado! Claro, pois a Terra recebe influência do Universo, como os raios solares e radiações cósmicas. E essas radiações cósmicas e solares é que foram os agentes para as mutações ao longo dos tempos. Mas o Sol emite suas radiações devido a grande quantidade de reações químicas na estrela, fazendo com que sua entropia aumente. Como podemos considerar que o Universo é um sistema fechado, ou seja, não recebe ação de nenhum agente externo, então não é violada a SLT.

E ainda temos que ter bom senso! Com todos os resultados já demonstrados pela ciência, é contraprudente. Só é cego quem não quer enxergar.
Aceitar o que a ciência vem descobrindo não implica que as pessoas deixem de praticar sua fé, sua crença.

O povo deve ter acesso ao conhecimento, e não ser escravo de dogmas infundados. E mais: não tornar D'us em "o asilo da ignorância", pois quando somos ignorantes de como e porque as coisas acontecem, sempre dizemos: "D'us quis assim." De fato se formos remontando das causas e efeitos até os primórdios, acabaremos chegando a esta conclusão. Mas tudo o que acontece é porque tem razão suficiente! E só estudando é que poderemos saber e iremos nos aproximando, de fato, a um melhor conhecimento do que D'us é.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Código da Bíblia.

Código da Bíblia




Tradição

A tradição hebraica diz que, quando Moisés (Moshe) foi ao Monte Sinai recebeu a Torah, D'us a ditou, letra por letra.

E, no passar das gerações, a Torah para ser copiada, as pessoas responsáveis por este trabalho teriam antes que fazer uma preparação, pois para cada cópia da Torah, não deve ser omitida nem acrescentada. Pois, caso isso ocorresse, todo o mundo seria destruído, devido que, antes de D'us criar o mundo, ele criou a Torah.

De fato esse trabalho sagrado tem sido feito ao longo dos séculos. Analizando-se a Torah de tempos bem antigos comparados aos contemporâneos é visto esse cuidado de manter as mesmas letras.

Para os outros livros do cânone hebraico não há este rigor. O cânone judaico é chamado "Tanach", que é o Antigo Testamento da Bíblia cristã. Já o Novo Testamento não existe essa tradição e além disto este foi escrito originalmente em grego (apesar que tem historiadores que dizem que o evangelho de Marcos foi originalmente escrito em aramáico).

No prefácio a sua grande obra, o Comentário à Torah, Nachmânides, o Ramban,nos diz:"Nós possuímos uma tradição autêntica mostrando que a Torah inteira consiste nos nomes de D'us, e que as palavras que lemos podem ser divididas de maneiras bem diferentes, de modo a formar nomes esotéricos. A afirmação, na Agadá, no sentido de que a Torah foi originalmente escrita em fogo preto sobre fogo branco, obviamente confirma nossa opinião de que a escritura foi contínua, sem divisão em palavras, o que tornou possível lê-la ou como uma sequência de nomes Divinos, ou de forma tradicional como história e mandamentos. Assim, a Torah dada a Moisés foi dividida em palavras de forma tal a ser lida como mandamentos divinos. Mas, ao mesmo tempo, recebeu ele a tradição oral, de acordo com a qual era mister lê-la como uma sequência de nomes."Em face da estrutura esotérica da Torah, diz Nachmânides, a tradição massotérica a respeito da escritura da Bíblia, e especialmente dos rolos da Torah, deve ser preservada como o máximo cuidado. Deve ser rejeitado para o uso na sinagoga um rolo da Torah onde falte o haja a mais uma única letra sequer.

Vilna Gaon (o sábio de Vilna) diz que todos os detalhes da História estão contidos na Torah.

Tem uma história que diz que, certo dia, Nachmânides ensinava o “Cântico de Moisés”, encontrado no Deutorônomio 32, e fez a surpreendente afirmação de que toda a história de Israel podia ser encontrada naquelas passagens. Um jovem estudioso, genial porém arrogante, chamado Rabino Abner, o desafiou, mas o Ramban recusou-se a retirar ou mesmo temperar sua extravagante afirmativa. O Rabino Abner retrucou: “ A menos que possas me provar tua afirmação de que toda a história de Israel está no 'Cântico de Moisés', nunca mais ouvirei qualquer coisa que tenhas a dizer. Além disso, rejeitarei a Torah como absurda e, com ela, todo o judaísmo. Para provar minha seriedade, matarei um porco e o comerei no Dia do Perdão, Yom Kipur.”-Ainda sustento que toda a história está indicada no “Cântico de Moisés”. Põe-me à prova, se quiseres – respondeu o Ramban.-Muito bem, onde naquela passagem se fala do meu destino?O Ramban voltou o rosto para a parede e rezou em silêncio por um momento. Depois virou-se e encarou Abner.-Abre no Deuterônomiocapítulo 32 , versículo 26, e vê a terceira letra de cada palavra. Ali encontrarás a resposta.Confiante, Abner pegou a Torah e seguiu as instruções do Ramban. Mas um arrepio percorreu-lhe a alma quando leu as palavras da profecia: “Já teria dito: vou examiná-los de todo, vou riscar a sua memória dentre os homens.” Pois descobriu que seu nome estava codificado na terceira letra (consoante) das palavras amaRti afAyhem ashBytah mayeNosh zikRam: “R. Abner” (Transliterado do hebraico, seu nome se escreve como “R.ABNR” .Sua arrogância desmoronou e ele gritou:-Não há cura para o meu estado?-Por fim compreendeste! Disse o Ramban.Numa versão da lenda, Abner tornou-se um devotado discípulo do Ramban e diligente estudioso da Torah; noutra, lançou-se ao mar sem remo ou remador e nunca mais foi visto.



Criptografia

Criptografia vem do grego (kriptos= escondido; grafia=escrita) . Podemos dizer "escrita oculta". Ou seja passar uma informação a alguém sem que outras pessoas possam lê-la. A criptografia existe desde a época do Império Romano, quando se havia uma troca simples de letras. Leon Battista Alberti (1404-1472) é considerado o pai da criptologia. Alberti criou o chamado "disco cifrador" Um disco dentro do outro, no qual conforme vai se girando vai se tendo um determinado tipo de troca de letras. Esse mecanismo foi se aperfeiçoando ao longo dos tempos.


Foto: disco de Alberti




A Kabalah fala de um processo semelhante, que é chamado Atbash, no qual troca-se a primeira letra do alfabeto pela última, a segunda pela penúltima e assim por diante...
A criptografia tem uma grande importância nos dias de hoje, e são de uso decisivo para uma guerra, como foi na Segunda Grande Guerra.

E uma maneira de se codificar um texto é pelo "salto de letras" (saltos equidistantes de letras dentro um texto de tal forma que palavras correlatas estão numa região próxima de um texto.

E é através deste que vamos tentar explicar, da forma mais suscinta possível, como funciona o Código da Bíblia.



O "Código da Bíblia"

Como tinhamos dito anteriormente, Vilna Gaon disse todos os detalhes da História estão contidos na Torah. E vimos também que Nachmânides mostrou o nome de um discípulo dentro do Cântico de Moisés. Seria isto apenas uma coinscidência?

Rabino Weissmendel, que viveu no início do século XX, na antiga Tchecoslováquia, e que perdeu sua família na Segunda Guerra devido a perseguição nazista, trabalhou em cima desses ensinamentos e buscou achar a fatos atuais, ou já acontecidos, numa época muito posterior a época em que D'us ditou a Torah à Moisés (cerca de 3200 anos). Até que conseguiu sucesso, mas era um trabalho muito difícil e não contava com uma grande ferramenta: o computador.

Algum tempo depois, já na época do computador, cientistas começaram a se dedicarem a esse estudo. Entre os que mais de destacaram foram Eliyahu Rips, matemático, que trabalha na área de Teoria de Grupos e que, antes de ter contato com os códigos, era ateu e se tornou ortodoxo, Doron Witztum, judeu ultra-ortodoxo, que é formado em física e se especializou na área da relatividade geral. Estes, juntamente com Yoav Rosemberg, fizeram um trabalho rigorose e sistemático dos códigos


Foto: Eliyahu Rips


O código da biblia é baseado no salto equidistante de letras é formada uma palavra e que, para coisas relacionadas a ela estejam próximas. Muitos podem argumentar que num texto de mais de 300.000 letras, pode-se encontrar o que quiser. Mas a questão é: que estudos foram feitos em outros textos com texto de tamanho próximo e estes padrões não são encontrados.

E tem um detalhe importante: os códigos são válidos apenas no original em hebraico, ou seja, a Torah ditada por D'us a Moisés, cujo o texto parece estar intacto há séculos. As traduções para outras línguas não obedecem a antiga tradição, ou seja, não foi ditada diretamente por D'us. Devido a isso, não vale para o Novo Testamento.

Rips, Witztum e Rosemberg fizeram um experimento com uma lista de sábios, com suas respectivas datas de nascimento (ou morte) e posteriormente com as cidades de nascimento (ou morte). E obtiveram resultados extremamente bons que passou até pelo teste de um grande criptologista do Pentágono, e que aceitou a publicação do artigo num periódico de grande respeitabilidade acadêmica, a Statistical Science.


"Ataque" "torres" "avião". Palavras correlatas com o evento do ataque terrorista às torres Gêmeas, em Nova York.



O código da bíblia serve para prever o futuro?

Com tudo que foi exposto até aqui, parece caber a seguinte questionamento: " Se tudo está escrito na Torah e que eventos atuais e de um passado recente foram encontrados pelos códigos,
então temos como usá-los para prever os acontecimentos futuros?"

Muito bem, na minha opinião, acho que não. Pelo simples fato que, quando se faz uma busca de um acontecimento, de uma pessoa, nós já sabemos o que procurar e daí constatamos a interligação de fatos, pessoas, lugares e datas codificados no texto. Por exemplo: O assassinato de John Kennedy. Relacionado a seu nome encontrou-se o local onde ele seria assassinado, a data e o assassino. Ou então a bomba em Hiroshima com a respectiva data.

Nestes casos sabemos nome, data e local. Para prever um evento através dos códigos teríamos que ter algumas dicas e fazer um varredura por todas as datas, pessoas e lugares possivelmente codificadas. Só se alguém conseguisse uma "chave" que decifrasse todas as informações ocultas contidas na Torah. Mas essa "chave" parece não existir.

Infelizmente, tem livros que colocam o Código da Bíblia numa óptica muito infeliz, como se com ele podesse prever o futuro. E, com isso, colocar em descridibilidade algo muito sério.

O livro "Código da Bíblia (I e II)" de Michael Drosnin tem esse potencial. Mas vale a pena ler, pois tem informações importantes.

Pra quem quizer um livro mais responsável e expõe de maneira bem sensata é Jeffrey Satinover em " A verdade por trás do código da bíblia."



A verdade por trás do código da bíblia, de Jeffrey Satinover






O Código da Bíblia (I eII) de Michael Drosnin