sábado, 29 de dezembro de 2007

Pseudocientistas, esoterismo e mecânica quântica

Pseudociências, esoterismo e mecânica quântica




Nas últimas décadas, teve uma explosão de livros e filmes de auto-ajuda e esotéricos que dizem que a mecânica quântica está em concordância com suas teorias pseudo-científicas e autores desses se proclamam cientistas. Será que de fato são? Os que eles dizem tem aparato científico?



Ciência

Na ciência há a ligação entre teoria e experimentação, mas não necessariamente nesta ordem.
O cientista desenvolve uma teoria a partir de conhecimentos a priori, com matemática e lógica consistentes e essa teoria tem que passar uma verificação, ou seja, cria-se experimentos para a verificar a validade dessa teoria e, se válida, até que condições ela é válida. Não basta ter uma teoria bonita, elegante, matemáticamente falando: se não o experimentação não a confirmar, não adianta de nada.

E ocorre a observação de um fenômeno e que, a partir deste, desenvolve-se as equações e teorias para explicá-los, como foram os casos de Ticho Brahe, que observou as órbitas planetárias e Kepler construiu a teoria em cima desses dados. O mesmo ocorreu com Faradey que observou os fenômenos eletromagnéticos e Ampère desenvolveu todas as equações referentes aos dados.

Na ciência, as platônicas e aristotélicas tem que andar de mãos dadas, pois para Platão, o verdadeiro conhecimento que obtemos das coisas é pela idéia e para Aristóteles pela observação da Natureza.
Ciência = teoria + observação
Mecânica Quântica
A mecânica quântica surgiu no final do século XIX, início do XX. Ela, juntamente com a teoria da relatividade de Einstein, mudaram radicalmente o pensamento científico até então predominante, que era o newtoniano.
A física de Newton não conseguia explicar fenômenos que ocorriam na escala de nível atômico. Conceitos que lidamos no quotidiano como posição e velocidade não são adequados para explicar no universo do “muito pequeno”. No mundo sub-atômico, as partículas tem um comportamento “estranho” : elas parecem se comportar como ondas e ondas (como a luz), quando interagem, se comportam como partículas. É difícil fazer qualquer paralelo com o que conhecemos.
Na mecânica quântica, como havia dito, não é possível usar variáveis utilizadas na física newtoniano (velocidade e posição) e é necessário a abordagem probabilística. Esse caráter probabilístico da mecânica quântica que Einstein não aceitava e mostrar seu desacordo com ela disse: “Deus não joga dados com o Universo.”
E ocorreu mais uma mudança radical comparada com as demais teorias físicas até então existentes: o observador pertuba a observação. Para qualquer observação, é preciso iluminar. Pensemos no seguinte experimento mental: “Apliquemos a menos luminescência possível, que é um fóton (quantum de luz) para observar um elétron. Nessa escala, a luz interage com o elétron e muda o estado deste. O fato de observar altera o estado das partículas sub-atômicas.”
A partir desse experimento mental de Heisenberg desenvolveu seu princípio de incerteza, o qual diz, em poucas palavras, que “ não podemos saber precisamente a posição e a velocidade de uma partícula, simultâneamente. Quanto mais precisamente sabemos sua posição menos saberemos sua velocidade e vice-versa.”
A escola de Copenhagen, composta por Bohr, Heisenberg, entre outros, tinha a visão de que no mundo atômico não se pode prever precisamente o desenrolar dos estados futuros, mas apenas estatisticamente. E ainda mais: que o princípio de incerteza não vinha do fato da limitação humana, e sim que era algo inerente a Natureza. Ou seja, as coisas não acontecem com uma causa suficiente! E isso que pertubava Einstein, que disse: “Mecânica Quântica é a mistura de matemática com magia negra.”
Misticismo e esoterismo
Misticismo está relacionado com coisas misteriosas, ocultas. E o que tenho reparado que os místicos vem se apropriando da mecânica quântica para dar “respaldo” a suas crenças. E por que isso ocorre? Como disse acima, a visão da Escola de Copenhagen nos trouxe foi de uma incerteza inerente aos acontecimentos de ordem subatômica e, com este, abre uma brecha para o misticismo entrar. E com a ausência de “causas suficientes para algo ocorrerem”, tentam justificar a existência do livre-arbítrio e entre outras coisas que já iremos falar.
Esses místicos falam da Mecânica Quântica como se fossem profundos conhecedores desta. E isso mostra que eles não sabem é NADA! Como falor Richard Feymann, ganhador do prêmio de Física: “Quem diz entender a mecânica quântica quer dizer que não a entende.”
As “teorias” desenvolvidas são tão mirabolantes que vou citar apenas algumas.
Pelo fato da mecânica quântica mostrar que o observador interfere no estado do observado, eles (os místicos) dizem que quando olhamos ou pensamos em algo, isto interfere no mundo macroscópico. E que a realidade é construída por nossas consciências, que estão ligadas a todo universo.
Num famoso livro (Quem somos nós), que é baseado no filme de mesmo nome, mostra um suposto experimento no qual se pensarmos em “amor”, as moléculas de águas irão se agrupar em formas de cristais, apenas por causa das “ondas de pensamento”. E no mesmo livro é mencionado outro “experimento” no qual pessoas ficam meditando para alterar o pH de uma sustância, apenas pela “força do pensamento.”
Onde estão as provas científicas?
Os tais “experimentos” citados no livros são fantásticos, não são? Fiquei fascinado, mas pouco convencido. Sendo estes experimentos fantásticos, devem ter sido publicados em grandes periódicos científicos? Não foram! Para uma teoria ser validada, ela tem que ser testadas e observada por outros cientistas, dadas as condições previstas pela teoria. Tanto o experimento com as formas de cristais nas moléculas de água como da alteração do pH de uma substância não foram reproduzidos. E se não conseguem ser reproduzidos, isto quer dizer que não vão aparecer numa Scientific American, nem Science, nem Nature e em nenhum outro periódico científico confiável.
Quando esses misticos dizem que tudo o que pensarmos, acreditando de verdade, vai acontecer. Será mesmo? Por exemplo: na final da Copa do Mundo de 1950, tinha mais de 200.000 brasileiros no Maracanã contra o Uruguai. O que aconteceu? O Uruguai ganhou. E a força do pensamento das 200.000 pessoas? Eu garanto que todos queriam, de todo o coração, que o Brasil ganhasse.
Pensamento leva a ação
Mas o pensamento tem alguma interação com o mundo? Claro que tem! Mas não na forma que esses “profetas” falam. Não é apenas o fato de ficar pensando que algo vai acontecer. Quando pensamos em algo, com muita determinação, isto vai se sedimentando em nosso subconsciente para nos levar a ação! Sim, as coisas que queremos só vão acontecer se agirmos para alcançá-la. Se pensarmos em ter um carro, uma casa, uma televisão mais moderna, esse pensamento vai nos estimulando para sair da inércia e buscar aquilo que queremos e precisamos. A motivação está aí. Temos que estar motivados a agir!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Quem matou Jesus Cristo?

Quem matou Jesus Cristo ?




Durante dois milênios, os judeus são responsabilizados por grande parte dos cristãos, pela morte de Jesus. Mas será que, de fato, essa acusação tem coerência?



Jesus era judeu.

Ninguém tem dúvida de que Jesus era judeu. Sua mãe, Maria, era judia. Seu pai, José, era judeu. Não entrarei no mérito sobre a linguagem alegórica de que Maria concebeu virgem, sob a virtude do Espírito Santo. No oitavo dia de vida, Jesus foi circuncisado. Jesus foi apresentado no Templo por seu pai, José.

Jesus frequentava, todo os Shabbat, a sinagoga. Jesus era da seita dos fariseus pois sempre estava entre eles e compartilhava da mesma crença deles, na existência da ressurreição dos mortos e da existência dos anjos. Sua maneira de pregar era a dos rabbis (mestres) da época (os rabinos não ensinavam em casas, e sim ao ar livre, debaixo de árvores).

As parábolas e ensinamentos de Jesus são bem semelhantes, para não dizer idênticas, as que estão no Talmud e de grandes mestres fariseus. Exemplos: Rabbi Hillel, líder judeu, ensina: "Não faças a outrem aquilo que não queres que te façam: isto é a Lei, o resto é comentário." e Jesus disse:"Tudo aquilo, portanto,que que quereis que os homens façam, fazei-o vós a eles, porque isto é a Lei e os profetas. "(Mat. 7,12). E Jesus também disse “O Shabbat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabbat” enquanto no Talmud está escrito: “O Shabbat é servo do homem, e não o homem é servo do Shabbat.”
Seriam muitos os paralelos. Para ver os outros paralelos, veja no tópico “Jesus, o judeu.”



Os discípulos de Jesus eram judeus

Também não é preciso me alongar muito sobre isso. Pedro, Thiago, Thomé, Judas Iscariotes e todos os outros apóstolos eram judeus. Os outros discípulos mencionados nos evangelhos também o eram: José de Arimatéia e Nicodemos, que eram membros do Sinédrio, eram seguidores de Jesus. Posteriormente, Saulo, que depois passou a se chamar Paulo, que era fariseu, se juntou ao grupo dos seguidores de Jesus. Em Atos dos apóstolos, é citado outros membros da seita dos fariseus que abraçaram a fé em Jesus.(Atos 15,4: Chegando a Jerusalém, foram recebidos pela comunidade, pelos apóstolos e anciãos, a quem contaram tudo o que D'us tinha feito com eles. Mas levantaram-se alguns que antes de ter abraçado a fé eram da seita dos fariseus, dizendo que era necessário circuncidar os pagãos e imporlhes a observância da Lei de Moisés.)



Os debates de Jesus com fariseus e saduceus.

Quem lê os evangelhos sem um conhecimento histórica, é levado crer que os fariseus e saduceus odiavam Jesus e o queriam matar a qualquer custo. Primeiramente, temos que saber que os debates ideológicos entre os rabinos eram constantes e, às vezes, muito acalorados. E é importante realçar: os mestres judeus não debatem com qualquer um. Eles só debatem com alguém que é detentor do conhecimento da Torah. Por isso que os outros fariseus nunca debatiam com os discípulos de Jesus e apenas com o próprio Jesus. E se eles debatiam com ele, é porque eles o consideravam como alguém a altura. É claro que, entre os que discutiam com Jesus, existiam aqueles que tinham inveja e ódio pois, acima de tudo, são seres humanos, e estão sujeitos a esses sentimentos.



O “julgamento” de Jesus no Sinédrio

Como sabemos, Jesus foi morto no Pessach (Páscoa judaica). Jesus foi traído por um de seus discípulos (Judas Iscariotes). Jesus foi preso e levado até o Sinédrio, na presença dos membros deste. Aqui é que temos que tomar cuidado. No último filme lançado sobre Jesus (A paixão de Cristo, de Mel Gibson) é mostrado um Templo lotado, com toda a multidão chutando, escarrando em Jesus, como se todos o odiassem. Essa narração é ERRADA! Primeiramente, o Templo estava vazio, apenas com uma “meia-dúzia”, numa reunião clandestina, pois no Pessach não se realiza nenhum julgamento. No próprio evangelho é relatado isso. E mesmo entre os poucos membros do Sinédrio, havia os que eram contra o pseudo-julgamento de Jesus.



A sentença romana

Jesus foi levado à Poncio Pilatos, o qual teria “lavado as mãos” pois teria visto nenhum crime nele. O ato de Pilatos “lavar as mãos” não é uma atitude de um romano e se ele o fez, foi em forma de deboche, pois o ato de lavar as mãos é uma prática judaica. A maneira que Pilatos é colocado pelos evangelhos e realçado no filme de Mel Gibson não condiz com que ele foi de fato. Pilatos era cruel, governou a Judéia com “mãos de ferro”. Reprimia com muita violência qualquer movimento contrário a seu governo.

Sob um clima de tanta repressão a seu povo, Jesus foi apenas um de vários profetas. Mas ele foi o que teve maior repercussão. E é bom salientar que os saduceus, que era seita que tinha privilégios, gostava de viver no luxo, bajulavam Pilatos e foram estes (alguns saduceus) que levaram Jesus a Pilatos, sob o argumento que ele poderia incitar o povo contra o governo romano.

Roma condenava violentamente todos os seus inimigos. E a condenação era a morte na cruz. Antes de ser pregado na cruz, o condenado era açoitado, espancado, humilhado, escarrado, sem dó nem piedade, pelos soldados romanos, que mais pareciam animais. Milhares de pessoas morreram na cruz sob a acusação de serem inimigos de Roma e Jesus foi a vítima mais famosa.



Quem matou Jesus?

Pelo que tudo foi exposto, quem matou Jesus? Foram os ROMANOS! Sim, foram os ROMANOS! Se fosse uma condenação judaica, teria sido por apedrejamento. E Jesus em momento algum foi excomungado nem apedrejado.

Ao longo da história, os judeus foram acusados de ter matado o Cristo. Foram acusados, perseguidos, violentados. Obrigados a se converterem, abandonarem muitas vezes sua fé para proteger suas vidas. Dois milênios de violência.
Como constatamos, foram os romanos que mataram o judeu chamado Jesus. Se fosse por isso, deveríamos perseguir e matar os romanos (italianos hoje em dia) por terem matado Jesus? Claro que não. As pessoas posteriores não podem ser punidas pelos seus antepassados.

Temos que repertir, mostrar, informar o povo sobre o que de fato ocorreu. Uma versão errônea sobre a história que foi contada ao longo da história, impregnou o subconsciente dos povos durante todo esse tempo e que, para tirar isso, só depois de um tempo tão longo que se passou até aqui.

O sujeito que se diz cristão e anti-semita é incoerente. Como ele pode ser anti-semita acreditando que seu supremo mestre e seus apóstolos eram judeus?

Todo dia é dia!

Todo dia é dia!
Os dias santos
Nas diversas culturas, há dias específicos para comemorar ou lembrar de grandes eventos históricos. Tem o dia dos pais, das mães, Natal, Páscoa, Pessach, Chanuká, fora os dias santos semanais, como o Shabbat (Sábado) e o Domingo. E o restante dos dias? Será que as pessoas fazem no restante do ano o que nos chamados “dias santos” apregoam?
Como falei de início, temos os chamados “dias consagrados” para celebrar e recordar grandes eventos. Os judeus celebram o Pessach para lembrar de sua libertação do Egito. “Pessach” significa “passagem” no caso passagem da escravidão para a liberdade onde foram guiados por Moisés. E, também, com Moisés, instituiu-se o Shabbat, o descanso semanal, já que “shabbat” significa “cessar”,” parar”. Um povo que vivia na escravidão, não tinha descanso e, após liberto, teria um descanso corporal e o dedica à D'us. E tem o Chanuká, onde é celebrada a vitória dos Macabeus e a purificação do Templo, pois este foi profanado com colocação de imagens de divindades pagãs por parte da ocupação dos soldados de Alexandre, o Grande.
Os cristãos tem como feriado semanal o Domingo, que vem do latim “Dominicas dies” ou seja, “dia do Senhor”, já que foi neste dia em Jesus teria ressuscitado.Nesse dia os cristãos devem ir a igreja, se confessarem de seus erros e comungar. Depois de cerca de 2 séculos, os seguidores de Jesus, trocaram o sábado pelo domingo como feriado semanal. E os feriados mais importantes para os cristãos são a Semana Santa e o Natal. Na Semana Santa é lembrada o martírio e a paixão de Jesus, na qual este foi preso pelas autoridades romanas, foi condenado à morte na cruz, e, três dias após a morte, teria renascido. No Natal é celebrado o nascimento de Jesus. Mas esta data não é data real de seu nascimento, cuja qual é desconhecida pois não há relatos históricos. A escolha do dia 25 de dezembro como o do aniversário de Cristo, foi no século IV e deve-se ao fato que nesse dia era celebrado na Roma pagã o dia da divindade Sol, o Sol Invencível, que, na visão dos romanos recém convertidos ao cristianismo, associaram Jesus ao deus Sol, pois esse venceu até a morte. No dia de Natal, as pessoas trocam presentes, felicitações e desejos de paz e felicidade.
E, além desses dias santificados, tem o dia dos pais e das mães.
E os outros dias?
Falamos sobre os chamados “dias sacros” suas origens históricas e o que as pessoas fazem ao se reunir.
Se observarmos o bem o comportamento das pessoas, elas de fato fazem o que dizem quando estão rezando na igreja, ao se confessarem, quando trocam desejos de felicitações nos dias festivos?
É curioso ver tanta gente reunida nas igrejas aos domingos, vão aos confessionários falar sobre seus erros (desabafar) depois ficam orando, falam palavras e passagens bonitas da Bíblia, trocam abraços e desejos de felicidade com seus “irmãos” de fé e no dia seguinte, na segunda-feira, já começam a falar mau um dos outros, criam intrigas, fofocas, armadilhas aos seus semelhantes. E fazem essas coisas até sábado e no domingo vão a igreja, convictos de que são grandes devotos, vão orar, sentar-se nas primeiras cadeiras das igrejas, vão dar testemunhos e durante a semana voltam a praticar suas mesquinharias. Se dizem grandes seguidores de Cristo. E Jesus criticou tanto seus conteporâneos, ao dizer: “os hipócritas sentam nas primeiras poltronas da sinagoga.” Mas se Jesus vivesse nos dias de hoje, falaria: “os hipócritas sentam nas primeiras poltronas das igrejas”. Quando Jesus proferiu a tal frase, NÃO quis dizer todos os judeus eram hipócritas e sim dos que falavam bonito, queriam uma feição de respeito dentro da comunidade mas, por fora, fazia todo o tipo de mesquinharias e cometia muitas articulações contra seus semelhantes.
Todo dia é dia de fazer o bem!
O respeito, o desejo de bem ao próximo, a justiça, o amor devem ser praticados TODOS OS DIAS! Não importa se é segunda, terça... sábado ou domingo. Não se deve esperar a semana da páscoa, ou do Natal, para desejar e praticar o bem. O bem não é apenas a pronuncia de belas palavras, dar presentes. Não. Mais vale dizer sempre “um bom dia”. Mais vale não falar mau dos outros, não ficar fazendo fofocas, não falar do defeito dos outros do que ficar orando na igreja ou onde quer que seja. Vamos praticar todos os dias o que é desejado nos dias festivos e religiosos. Como disse certa vez Confúcio: “Mais vale cinco minutos de boa ação do que uma hora de oração.”

sábado, 22 de dezembro de 2007

Por que a educação e a saúde não melhoram?

Por que a educação e a saúde não melhoram no Brasil?



Os pilares para uma nação se desenvolver são a saúde e a educação. E nosso país vai aos “trancos e barrancos” crescendo, mesmo com todas as dificuldades que passamos nessas áreas. Nas campanhas eleitorais, os candidatos prometem investimentos em escolas e hospitais. Mas passa eleição, vem eleição, pouca coisa muda. E por que não muda?
A primeira razão, que historicamente mais se conhece, que não é interessante para os que detém o podem, pertencentes a famílias tradicionais que dominam seus “currais eleitorais” que o povo não estude, pois mantendo o povo na ignorância, este (o povo) não tem como questionar e pense em quem votar. E vivendo na ignorância, estes políticos ainda contam com o apóio de igrejas que indicam seus candidatos, pois ele fala “em nome de D'us”. Com um ensino de baixa qualidade, as pessoas que vivem nessas comunidades que estão sob influência desse políticos, nas quais os indíviduos mau sabem ler, o povo é enganado com paliativos para suas necessidades, como vale-gás, auxílio-moradia, cheque-cidadão, vale-remédio, entre outros. Não é assim que se vai resolver os problemas desse povo.



No Norte e Nordeste ainda tem muitas famílias tradicionais na política. E uma que me chama a atenção. Passou outro dia numa matéria do “Fantástico” que o estado do Maranhão obteve o pior desempenho no ensino fundamental em todo o país. E se vocês se lembram, o Maranhão teve no poder por muitos anos, uma família que, onde seu maior nome, foi presidente da república e é membro da Academia Brasileira de Letras. Vocês já sabem que é... Como pode isso?! O que esse sujeito escreveu ou fez para ser um “Imortal da Academia” e na sua terra natal, onde mandou por muitos anos, não fez nada nessa área para seus conterrâneos?! Que absurdo!



Sabemos que outro fator que prejudica a melhora do ensino é a corrupção, os problemas na engrenagem do governo, que emperra o avanço de projetos. E por que emperram? É algo lógico, mas pouca gente repara. A maioria dos parlamentares (não todos) ou fazem parte de grandes grupos na área de planos de saúde e educação ou são “patrocinados” por eles. Então é fácil concluir o seguinte: “Qual o interesse desses parlamentares aprovar projetos que melhorem o ensino e a saúde?” Claro que nenhum. Pois quanto mais cair a qualidade das escolas e dos hospitais públicos, mais a população vai ter que buscar a rede privada. É algo sutíl, mas a população tem que ficar atenta.



Claro que fica difícil o povo saber quem é quem, pois não tem acesso a toda a história e que apoios esses políticos tem. E é claro que a mídia não tem interesse de denunciar, pois a própria imprensa tem como parceiros comerciais os mesmos grupos que patrocinam os tais cadidatos. O povo fica amarrado. A imprensa quando divulga algo, não é com a intenção de ser boazinha, mostra a realidade, nua e crua. A imprensa só mostra o que lhe convém. Por que a imprensa cobre com tanto intusiasmo o carnaval e a copa do mundo? Não é pensando no bem estar do povo. Esses eventos dão muito retorno financeiro. E podem reparar: a quantidade de notícias sobre assaltos, mortes, crises hospítalares paressem diminuir.



É muito difícil cortar a corrente de poder (políticos + mídia + grandes grupos). Mas temos quem tem os olhos abertos, procure a abrir os de seus amigos. Pois, enquanto isso, nossa país continuará a andar em passos de tartaruga.


E quando sai o resultado de uma eleição dizem: “Vox populi, vox Dei”. ( A voz do povo é a voz de Deus). Será mesmo?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Comunistas brasileiros

Comunistas Brasileiros


Os comunistas no Brasil foram perseguidos em épocas importantes, como na Era Vargas e na ditadura militar que se início na década de 60. Os nossos comunistas sempre lutaram contra liberdade de expressão e uma sociedade mais justa, tendo como referencia a revolução russa.

Combatiam (e combatem) o imperialismo norte-americano, que derrama sangue e impõe seu poder ao resto do mundo. Acusam os norte-americanos de matarem por causa de petróleo, violam os direitos humanos.
Pretendo mostrar nesse tópico o que os comunistas criticam nos Estados Unidos e no capitalismo e que fazem vista grossa quando se fala da China, ex-URSS e Cuba.



China

A China é o país que mais cresce no mundo na atualidade (em torno de 9%). Grandes investidores, vasto mercado consumidor, mão de obra barata. Os nossos “comunistas” dão como grande exemplo de sucesso do seu modelo de governo. O partido comunista chinês é o único permitido existir.

A revolução cultural ocorreu na décade de 50 por Mao Tse Tung. De lá para cá ocorreram muitas coisas. Vejamos:

-A China invade o Tibet: O Tibet é um pequeno país no Himalaia. É um estado teocrático, que tem com líder o Dalai Lama. Dalai Lama é o líder político e espiritual do budismo tibetano. O exército tibetano era muito frágil. A China invade esse pequeno e indefeso país, destrói templos budistas e mata os monges. O Dalai Lama foi obrigado a ir para o exílio na Índia. O governo de Pequim não teve a menor piedade com seu vizinho. E os métodos que utilizou foram monstruosos: os soldados chineses raptavam as crianças tibetanas, as treinavam e, quando preparadas, eram enviadas para o Tibet para matarem seus próprios familiares. Saldo da invasão chinesa: destruição de 97% dos templos budistas; a população do Tibet da década de 40 era de 7 milhões e hoje é de cerca de 2 milhões e mais de 70% da população atual é chinês.

-Perda da liberdade de expressão: Na China só pode haver o partido comunista. Qualquer tipo de manifestação contrária ao governo é reprimido violentamente. É só lembrar do massacre do movimento estudanti de 1989. A cena do estudante que lutou contra os tanques na praça da Paz Celestial. Aquele estudante, com certeza, está morto.

-Trabalhadores em regime semi-escravo: muitos trabalhadores na China com baixa qualificação, são obrigados a trabalhar grandes cargas horárias por valores baixíssimos e expostas a inalações químicas sem o menor cuidado.

-Maus tratos a animais: Numa medida contra a raiva, os animais (cães e gatos) são mortos de forma cruel. São colocados em caminhões e gaiolas, jogados, chutados, levam pauladas, fazendo os bichinhos agonizarem muito até morrerem.



Cuba

Em Cuba há uma forte repressão a liberdade de expressão. Quem for contra alguma coisa ao governo de Fidel é preso e até morto.
Na ilha caribenha tem ótimas educação e saúde. O que tem que ser elogiado tem que ser dito.
Mas, por que não ser bom num sentido amplo?



“Comunistas brasileiros”

Tenho amigos que criticam fortemente a política imperialista norte-americana e defendem o comunismo chinês e cubano.
Concordo com eles quando acusam os americanos de matarem por causa do petróleo, fazendo guerras sem sentido. Que o governo Bush é cruel, é homicida, só pensa em negócios, que patrocina governos ditatoriais. Concordo com tudo.

Mas meus amigos se esquecem que o que eles criticam nos Estados Unidos, eles nada falam sobre o que o governo chinês faz. Por que não falam nada? A resposta é simples: quando assumimos uma posição ideológica de forma apaixonada, não conseguimos enxergar seus defeitos e só vê erros na ideologia diferente.

Na Cinelândia, Centro do Rio, local de grandes manifestações, sempre tem barracas de comunistas com bandeiras do Iraque e da Palestina, lutando por justiça ao povo daquela região e ataquem violentamente os Estados Unidos e Israel, queimando suas respectivas bandeiras. Certa vez, parei numa dessas barracas e perguntei: “Onde está a bandeira do Tibet? Por que vocês não se mobilizam por essa nação?” O sujeito que estava lá simplesmente disse: “Não sei.”
Não sou capitalista. Muito menos comunista. Eu só procuro ver os fatos e analisar se estes são ou não corretos, se assim posso dizer, sem me deixar levar por uma ideologia ou paixão. Existem coisas boas no comunismo? Sim, claro que tem. E no capitalismo? Também. E em ambos também há coisas erradas, e muito cruéis. O problema é que nossos comunistas não vem dessa maneira. Eles são apaixonados! E a paixão faz as pessoas não enxegarem as coisas de forma clara. O que os comunistas brasileiros tanto combateram no nosso país ( ditaduras, perseguições políticas ) e nada falam dos países que cometem as mesmas atrocidades. Outro dia, vi um comunista famoso falar na televisão que Hugo Chávez era um grande homem. Grande homem? Chávez faz tudo o que esses comunistas combateram aqui! Quanta incoerência! Dois pesos e duas medidas!

E tem um fato interessante: O comunismo prega uma igualdade entre os cidadãos e que o Estado tem que ser dono de tudo. Enquanto isso, nossos mais famosos “comunistas” vivem em apartamentos luxuosos, de frente para a praia de Copacabana. Por que eles não dividem seus bens com o povo? É muito bonito falar. A prática que é difícil.

Um amigo falou uma coisa certa: “Um comunista nunca fala mal de outro comunista.”

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Viagem no tempo

É possível viajar no tempo?



Quantas vezes em nossas vidas não desejamos viajar para o passado e mudar alguma coisa que fizemos ou ir para o mundo futuro, ver as grandes modernidades? Não há aquele que nunca tenha desejado uma dessas coisas. Nos filmes de ficção científica, como “De volta para o futuro”, o personagem de Michael Fox viajava para o velho oeste, voltava o seu presente. Mas será que é possível que se faça tais viagens?



Teoria da Relatividade especial

Einstein primeiramente postulou que a maior velocidade que um corpo pode se mover é a velocidade da luz no vácuo (c = 300.000 km/s). E a velocidade da luz tem o mesmo valor em qualquer referencial, ou seja, se alguém viajar a uma velocidade de 100 km/h vai observar para a luz a mesma velocidade que outro observador movendo-se a 100.000 m/s. As implicações para isso são de que as medidas de espaço e tempo mudam de um referencial para outro. Isso foi uma revolução no pensamento científico, no início do século XX.

Antes, na física newtoniana, o espaço é homogêneo, para qualquer referencial mede-se a mesma distância. O mesmo ocorre com o tempo. E espaço e tempo eram entidades independentes. Já com a relatividade, o tempo transcorre de forma diferente conforme o movimento do observador. Para ilustrar o que acontece, vamos citar o “Paradoxo dos gêmeos”: Suponha dois irmãos gêmeos e que um deles vai fazer uma viagem espacial e o outro fica na Terra. O irmão viajante vai ficar fora durante 10 anos (no referencial da Terra) e esse viajante está a uma velocidade próxima a da luz. Para o viajante, essa viagem vai ter se passado algumas horas! Não importa o método que usa para medir tempo: relógio atômico, crescimento de cabelo, seja qual for! E ainda mais: o espaço e o tempo são uma única entidade, ou seja, espaço-tempo. E além do espaço-tempo serem relativos quanto ao referencial, a massa também é. A massa aumenta conforme a velocidade se aproxima a da luz. E o tempo passa mais lentamente conforme se aproxima a da luz. Mas esses efeitos são só perciptíveis para grandes velocidades (próximas a c). Para as velocidades do nosso quotidiano, os efeitos da relatividade não são sentidos.
E como saber que essa teoria é válida? Em experimentos com partículas, algumas tem um tempo de vida. Quando essas partículas são aceleradas em laboratório, suas velocidades muito próximas de c e o “relógio” na partícula anda mais devagar e, no referencial do laboratório, o tempo de vida dilatou.

No espaço-tempo podem surgir “túneis” que ligam dois pontos aparente distantes no espaço tempo. As abertura para esses “túneis” chamadas de “buracos de minhoca” Entrando por esse caminho espaço-temporal, podemos sair quase que imediatemente muitos anos a frente (ou atrás) . Mas há um problema. Esses “buracos de minhoca” são instáveis e são da ordem de um próton. Então é muito improvável que alguém consiga viajar por esses caminhos.



Simetria das leis da física clássica

Todas as teorias clássicas (física newtoniana, einsteiniana e eletromagnética) são simétricas no tempo, ou seja, se invertemos o sentido do tempo, essas leis continuam válidas. Essas não impedem em nada uma inversão na passagem do tempo.



Entropia

Uma cena comum é um copo caindo no chão e quebrando em muitos pedaços. (que sujeira!) Mas garanto que você nunca viu os cacos se juntando até reconstituí-lo. Por que você nunca viu isso? Isso se deve a entropia. Para tentar explicar em termos simples, podemos entender entropia como “o grau de desorganização de um sistema” e, pela Segunda Lei da Termodinâmica, a entropia (ou desorganização) do Universo sempre aumenta. Em alguns locais pode diminuir, mas a entropia do todo sempre que aumentar.



Podemos viajar no tempo?

Com tudo que expus, podemos chegar a conclusão de que podemos viajar no tempo SIM. Mas APENAS PARA O FUTURO! De fato, pela relatividade pode-se viajar tanto para o passado como para o futuro. Mas a Segunda Lei da Termodinâmica nos diz que não há apenas um sentido para o tempo. Os cacos dos copos nunca se juntam expontâneamente e nem as moléculas de um gás se acumulam no canto de uma sala. O tempo só pode transcorrer num sentido.
Para o futuro, é possível viajar. Mas para o passado não.

E se pudessemos viajar para o passado? Pense na seguinte situação: Você viaja para o passado, na época em que seu avô ainda não tinha engravidado a sua avó. Se você o matar, logo seu pai não iria nascer e, conseqüentemente, você não nasceria e, logo, não poderia voltar no tempo para matar seu avô!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O que acontece após a morte?

O que acontece após a morte?


Após a morte, nossa alma vai para o paraíso? Para o inferno? Purgatório? Reencarnar? Muita se fala, se argumenta. Mas, afinal, nossa alma tomará algum desses caminhos?


Alma

A vocábulo “alma” é derivado de anima (do latim) que significa vida Onde está a vida após a morte? Para mim, a palavra “alma” só faz sentido quando relacionada ao organismo vivo. É a energia que faz cada ser viver. O sopro de vida, se assim podemos dizer.


Origens

A vida do povo, de uma forma geral, é sofrida, cheia de dificuldade. Trabalhos árduos. Em todas as civilizações ao longo da história foi assim. E para amenizar esse sofrimento e criando uma esperança pós-morte, os homens desenvolveram a idéia de paraíso e que neste lugar estaria junto a D'us. Um lugar onde não há sofrimento.

Mas a crença de uma vida após a morte também tem um aspecto político e social. Nos processos de formação das grandes religiões, que estavam ligadas ao poder secular, eram necessários dogmas para manter o povo sob controle. Maimônides, no Guia dos Perplexos, diz que existem dogmas necessários para a ordem social. Na época de Moisés, ao libertar seu povo do Egito, guiava um povo ignorante, que não poderia compreender o que Moisés queria ensiná-los e mantê-los unidos usando argumentos que necessitassem da razão. Então Moisés foi obrigado a utilizar da figura de um D'us que se irrita com a desobidiência, que os castiga caso não siga seus mandamentos. Spinoza disse que a Lei mosáica foi escrita para manter a ordem no povo que era rebelde.


Os “destinos” de nossas almas.

No cristianismo, após a morte teremos dois destinos: ou o paraíso ou o inferno. Na Igreja Católica, além desses, há um estado intermediário entre o paraíso e o inferno: o purgatório. Vamos falar mais longamente sobre a visão do catolicismo, pois os outros segmentos cristão são uma extensão desta.

Pela visão da Igreja de Roma, só há salvação em sua igreja e esta é a única religião correta. Quem não for as missas aos domingos, não se confessar, não comungar, estará em “pecado mortal” ou seja, quando morrer vai direto para o inferno. Para a visão da Igreja, não basta um sujeito ter uma boa conduta, fazer o bem. Se não acreditar que a única salvação é Jesus Cristo, esse sujeito vai para o inferno. E vejam: se alguém durante a vida inteira fizer coisas erradas e que, reconhece seus erros e acredita na salvação em Jesus, não vai para o inferno! O paraíso é o local para onde os homens santos vão. Fiéis seguidores dos mandamentos da Igreja, tendo uma vida humilde. O purgatório é para onde vão os que não estão nos chamados “pecados mortais” e ali ficam até o retorno de Cristo. Já o inferno (que, em latim, significa inferior) é a condenação eterna ao fogo. Não tem saída!

A Igreja fazia parte do poder nas monarquias européias durante séculos. Detinha ( e detém ) muitas posses. E para sustentar perante o povo a soberania e legitimidade dos reis, alegava que a estes D'us outorgara os poderes na Terra. E não é atoa que as coroações dos monarcas eram feitas pelos papas. Para manter esse poder e manter as arrecadações para sustentar tantas luxuosas, os sarcedotes amedrontam o povo ignorante, fazendo com que este (o povo) fique sempre ligado à Igreja. Então por isso é mais importante ir a igreja e acreditar em Cristo do que a prática do próprio bem.

Nas religiões orientais (budismo, hinduísmo) há a crença da metempsicose (transmigração das almas) mais conhecido como reencarnação. Ao longo da vida, o indivíduo conforme suas ações, se ele comete algo contra a lei cósmica, vai adquirindo carma que, numa próxima existência, ele terá que “pagá-la” . E vai reencarnando até não ter mais carma, acarretando isso na evolução da alma. Quando não tiver mais carma, a alma vai para o Nirvana (no hinduísmo). A palavra nirvana tem significado próximo de “cessar o fogo”, pois enquanto tiver o “fogo” na alma, esta necessita de novas vidas até apagar.

No espiritismo, as almas vão reencarnando para evoluir, ir aprendendo ao longo das várias vidas. E a reencarnação seguinte será de acordo com o que o indivíduo realizou ao longo de sua vida.

Na visão panteísta ( D'us é a Natureza), nosso corpo é o microcosmo (o homem que é o pequeno universo) e que, ao morrermos, nossa alma se junta ao macrocosmo (o grande universo).


Reflexões

O homem sempre busca uma explicação para as coisas girando em torno de si. Por que teria que existir uma vida após a morte? Vejo em muitos adesivos de carro o dizer: “Reencarnação, uma questão de justiça.” Por que justiça? Eles alegam que não seria justo apenas uma vida. Tem que haver outras para que tenhamos oportunidade de fazer tudo. E também que o nosso tempo de vida é muito curto. Homens! O mundo NÃO foi criado para vocês! Na Natureza há leis morais que julgam como boa ou má a conduto de um indivíduo? Para D'us não há bem e nem mau. Esses valores não cabem a eventos naturais, só no referencial humano. Não existe um bem absoluto e nem um absoluto.

E o inferno? Quando a Igreja diz que quem não acredita na divindade de Cristo, vai para o inferno (fogo eterno). Como D'us pode mandar alguém ao inferno pois, se isso fosse verdade, estariasse admitindo a eternidade do mal e, como sabemos D'us é eterno e ter algo fora de D'us que sempre existirá é um absurdo! E como D'us pode “julgar” alguém ao “fogo eterno” se o homem tem um tempo de vida curtíssimo? Acreditar nisso é ter uma idéia muito pequena sobre D'us e o mundo.

Os homens criaram sistemas dogmáticos para dominar muitos, confortar outros muitos. Cada indivíduo acredita naquilo até onde sua capacidade permitir, ou naquilo que conforta mais seu coração.

A prática do bem deveria ser desinteressada, ela deveria ser o seu próprio objetivo. Muitos praticam o bem esperando uma recompensa, seja nessa vida ou na outra. Maimônides disse que o ideal era prática da própria virtude, sem interesses mas, de alguma forma, também é válido praticar o bem esperando uma recompensa. Como falou Spinoza: “A suprema felicidade não é a recompensa da virtude, mas é a virtude em si mesma.”

D'us castiga os homens?

D'us castiga os homens?


Quando o mundo é assolado por grandes catastrofes, muita gente pensa que são punições de D'us quanto as atitudes humanas. Será que esse tipo de pensamento tem sentido?
Não é de agora que grande parte do povo associa a divindade(s) caráter antropomórfico (forma humana), ou seja, admitindo que exista em D'us necessidades, paixões (amor e ódio), que ele fica feliz ou zangado. Como falei em outras oportunidades (vide os tópicos sobre “Milagres” e “Orações”) que em D'us não existe tais estados.


Se em D'us não pode existir nenhuma alteração em nenhum aspecto e se Ele não pode ser afetado por ninguém, então como D'us pode ficar “zangado” ou “chateado” com os rumos que humanidade vem seguindo?
Pelo fato de muitos homens ignorarem a razão pelas quais as coisas ocorrem, dizem que D'us enviou “sinais” e “avisos”.
Vejamos alguns eventos naturais que esses homens se referem.

Terremotos:
Esses eventos são acomodações das camadas de terra, pois nosso planeta está em constante transformação. O magma (material incandencente) no interior da Terra está em pleno movimento, os continentes deslocam-se. As vezes por causa desses movimentos é ocorrem os terremotos e dependendo do lugar, o material incandencente vem a superfície (vulcões). Quando os terremotos ocorrem no fundo dos oceanos, ocasionam tsunames (ondas gigantes). Movimentos de terra ocorrem a todo momento, uns com mais outros com menos intensidade. A maioria nem percebemos pois são muito sutis.

Furacões e tempestades:
Os eventos de ordem climática são os mais difíceis de se prever. O clima é um sistema que é abordado de forma estatística. É um sistema que envolve muitas variáveis (tempetura, umidade relativa do ar, velocidade e direção dos ventos). Todos esses dados são coletados para se fazer cálculos probabilísticos, mas com uma grande margem de incerteza. Não é a toa que os meteorologistas erram com uma certa frequência a previsão do tempo (mas eles vem melhorando). E quanto mais pra frente se tenta prever o tempo, maior é a incerteza.

Queda de corpos celestes:
Quando olha-se o esquema do sistema solar, a grande maioria das pessoas pensam não haver nada entre os planetas. Mas há muita coisa! Existe muita matéria “perambulando” pelo nosso sistema além dos planeta e seus respectivos satélites e cometas. Essa matéria que vai se aglomerando, formam cinturões, outros vagam até serem atraídos pelo campo gravitacional terrestre. Muitos desses “meteoritos” não conseguem chegar a superfície. Muitos caem em regiões desabitadas e, por isso, não vistas e muitas outras caem em regiões habitadas. Podem ser pequenos ou grandes. Eles chegam a nosso planeta a todo momento.

Grandes epidemias:
O desequilíbrio em um ecossistema (ex:se diminuir a população de sapos, aumenta a população de mosquitos que são vetores de muitas doenças) acarreta o surgimento de doenças que podem ser devastadoras para a população. Em certos locais que há um equilíbrio estabelecido (ex: floresta), o homem vai e derruba árvores e doenças que já estavam ali acabam contaminando os homens, como no caso do ebóla na África. E associado com isso, o movimento de indivíduos contaminados viajando para outros locais, fazendo com que se alastre por outros locais. E sem contar com a falta de higiene devido a carência de saneamento básico.

Conclusão
Vistos todos esses casos que, aos olhos de muitos, são “intervenções divinas”, podemos responder a pergunta que fiz no início desse tópico. É claro que não faz o menor sentido acreditar que D'us fez ocorrer esses tais eventos para punir aos homens. Ele não tem necessidade disso. E nem razão. Todos os eventos que foram citados estão na própria Natureza. Algumas o homem é mero espectador (terremotos e queda de corpos celestes). Em outras ele é autor (ou co-autor) como no caso dos desequilíbrios ambientais.
E, nunca é demais repetir, o Universo NÃO foi feito o ser humano nem para alguém (ou algo) em especial. D'us faz o Universo existir e pronto. Não cabe perguntar por que ou para que. Ele, simplesmente o fez.

domingo, 9 de dezembro de 2007

O que D'us fazia antes de criar o Universo?

O que D'us fazia antes de criar o Universo?


“O que D'us fazia antes de criar o Universo?” Essa pergunta foi feita por santo Agostinho (século V) em seu livro de Confissões. Alguns (na época) respondiam que Ele preparava a Geena (inferno) para quem fizesse tal tipo de pergunta. Essa pergunta nos leva a cair em várias questões embaraçosas, mas que tentaremos descomplicar (ou complicar mais ainda).



D'us não está relacionado ao espaço e ao tempo.

É da premissa das religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islãmismo) que D'us é o Ser necessário, sempre existiu e sempre existirá e que Ele é infinito. Essas religiões também se baseiam na criação ex nihilo (do nada). D'us criou o Universo do Nada. Mas como surgiu na essência de D'us “criar” o Universo? Foi algo subto?

Como já abordei em outros tópicos, em D'us não pode ocorrer nenhuma mudança, e nele nada pode ser acrescido nem retirado. Uma mudança ocorre de uma necessidade, busca de algo que não possua e isso em D'us é um absurdo. A “vontade de D'us” é imutável, pois, em D'us, vontade, essência e existência são idênticas, eternas e imutáveis. Tudo o que existe provém de uma única “ação” divina, ou seja, nada foi e nem será acrescido nas leis da Natureza e no Universo para “ajustar” a criação, pois, se caso fosse verdade, cairíamos em contradições como acima foram mencionadas.

O comentário árabe de Abu Ali que fala sobre a manifestação de D'us sobre o Sinai (Exodo, XIX, 20): " De fato, é inadmissível que se trate aqui do Criador, que não é suscetível nem de ser definido nem qualificado, que não poderia ser compreendido no espaço. Mais ainda, não se pode dizer que Ele está no mundo, nem que está fora do mundo; pois semelhantes qualificações são convenientes às criaturas incluídas no espaço e acessíveis ao movimento. De fato, D'us não está suscetível ao espaço e ao tempo, como afirma Maimônides e Santo Agostinho. Como dizer que D'us está “dentro” ou “fora” do Universo? Caso afirmemos uma ou outra coisa, estamos colocando uma limitação espacial em D'us, o que é uma contradição com tudo o que afirmamos até aqui. O espaço e o tempo foram criados, segundo Maimônides e Agostinho.

O pensamento cabalístico (místicismo judaico) fala que o Ein Sof, o que podemos dizer como o Infinito, era a única coisa que existia. E um ato, fez surgir em sua essência uma região esférica, minúscula, na qual D'us se “retirou”, e essa região foi se expandindo, adquirindo forma. E, em consequência, tem-se uma contração na divindade. Essa “contração” e “expansão” é chamada de Tzimtzum. Como deu para reparar, esse relato de criação é bem semelhante à teoria científica mais aceita sobre o Universo, o Big Bang. Nos primórdios do Universo, toda a matéria/energia estava concentrada em um ponto de volume zero, chamado singularidade, que passou a se expandir. Mas tenhamos cuidado: o relato cabalístico, que é do século XII, não tem, a priori, nenhuma base científica e observacional, pois, naquela época, não existiam instrumentos e teorias para sustentar tais hipóteses.

O relato cabalístico do Tzimtzum é bem elegante mas é contraditório com tudo o que acreditamos seja admitido em D'us. Como ocorrer um “contração” em Sua essência, já que não existia o espaço e, mesmo que existisse, D'us não tem relação com ele (o espaço).? E uma região limitando a existência de D'us?

A ciência nada pode afirmar sobre o que ocorreu antes do Big Bang, pois as leis físicas não explicam os fenômenos no momento em que toda a matéria do universo estava na singularidade. E, além do mais, o espaço e o tempo não existiam segundo a resolução das equações da relatividade.


Então, o que D'us fazia antes de criar o Universo?

É preciso tomar cuidado com os antropomorfismos dados a D'us, pois nos levam a idéias contraditórias. Agir ou deixar de agir (ociosidade) levam a idéias de movimento e ausência dele. Nossa linguagem é muito limitada e, para tentar falar de algo que transcende todo o nosso conhecimento, temos que ficar sempre alertas em nossas palavras.


No tópico sobre “Milagres”, falei que a “Vontade de D'us” é a própria “Lei da Natureza”. E dissemos acima que D'us não tem limitação e que não podemos afirmar que D'us está “dentro” ou “fora” do Universo. Então o que podemos concluir? Como já mencionamos outras vezes a passagem do Bereshit Rabbá: “D'us é a morada do Universo e não este a sua morada.” O Universo é uma parte de D'us. Sendo o Universo como uma “parte” de D'us, então a essência que constitui o Universo é a mesmíssima essência do próprio D'us. O que conseguimos enxergar do mundo é uma parcela ínfima dessa essência e um pequeno entendimento da Lei da Natureza, que expressa a vontade divina.

Em D'us não sobrevem nenhuma vontade momentânea. O “criar” do Universo faz parte de Sua eterna essência.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Os milagres existem?

Milagres

Quando se fala em milagres, grande parte das pessoas pensa em intervenções divinas no Universo. Essas intervenções seriam “ajustes” em algumas coisas que não estão saindo conforme a vontade de D'us. Outros colocam os milagres como “assinatura” do Criador em suas obras (ex: corpos de santos conservados, imagens que choram,...). Quando indivíduos passam por situações muito complicadas, de difícil resolução (ex: casos de doenças terminais) quando salvas dizem que foi uma intervenção divina para que essa pessoa se salvasse. Resumindo: Todas esses casos que citei seriam, na visão dos crentes, eventos supra-naturais, ou seja, não são eventos naturais e sim uma ação de D'us acima das leis da Natureza.

D'us intervem nas Leis da Natureza?

Primeiramente, D'us não tem necessidades. De fato, pois Ele abarca tudo o que existe, sempre existiu e sempre existirá. Por abarcar tudo, nada pode lhe ser acrescido nem retirado. Se Ele não carece de nada, então não tem necessidades. Ele não necessita que “assine” suas obras para que seres (os humanos) O perceba.

D'us não está sujeito ao tempo, ou seja, o tempo não transcorre, não existe presente, passado ou futuro. Para Ele tudo é um eterno presente. Ele não também não está sujeito ao espaço, Ele não está ali ou acolá, nem a frente nem atrás. Não está dentro nem dentro nem fora do Universo (se dissermos que D'us é transcendente ao Universo, fora do Universo, de certo modo estamos colocando uma limitação n'Ele o que é uma contradição pelo que falamos anteriormente.)

D'us é imutável, pois se fosse mutável, Ele não seria perfeito. Quem muda é porque busca uma posição (ou estado ou condição melhor). Para D'us alguma coisa pode ser melhorada? Não, pois se Ele busca ser melhor, quer buscar algo que não tem, o que é uma contradição. E quando falarmos em “vontade” atribuídas à D'us, não devemos entende-la como a mesma “vontade” atribuída aos homens, pois a vontade humana é volúvel, mutável, e dependente de necessidades. Como D'us não tem necessidades, a “vontade” divina é idêntica a Sua essência, ou seja, é Eterna e Imutável.

Tudo o que D'us “criou” no momento do Big Bang, todas as leis que regem a Natureza já estavam estabelecidas. A gravitação, eletromagnetismo, interações nucleares (fortes e fracas) existiram desde aquele “momento primordial”. A mecânica quântica, a relatividade todas sempre existiram a partir de “frações de tempo” após a “criação” . A prevalência de uma ou outra análise é de acordo com as dimensões consideradas. Ex.: a mecânica quântica prevalece no mundo subatômico, enquanto os da relatividade geral valem para grandes distâncias (interações gravitacionais).

Tudo o que acontece é devido às Leis Naturais que são a própria “Vontade de D'us”, Leis que são eternas e imutáveis.

Os milagres são eventos supra-naturais?

Por tudo que já vimos, temos como responder a questão sobre o que são os milagres. Já é possível concluir que milagres NÃO são intervenções divinas sobre a Natureza. Pelo que foi visto, caso isso fosse verdade, D'us seria volúvel, mutável, o que é uma contradição pelo que concebemos sobre Ele. Então tudo o que acontece no Universo NÃO é sobrenatural. Tudo ocorre segundo as Leis eternas da Natureza, que são as expressão da própria “Vontade de D'us”. Então como explicar eventos que a primeira vista seriam coisas inexplicáveis? Vejamos alguns casos.

Relatos bíblicos:

Em Isaíah XIII, 10 está escrito: "Pois as estrelas dos céus e suas constelações não mais emitirão suas luzes e o Sol escurecerá desde sua saída, e a Lua não fará resplandecer sua claridade". E Isaíah também diz, na mesma descrição: " Por isso extremesserás os céus e a Terra será removida de seu lugar pelo furor de Yhwh Shabaoth, e no dia de sua queimante cólera." Maimônides não pensa que há um só homem em quem a ignorância, a cegueira, a sujeição do sentido literal da metáforas e das expressões oratórias tenha chegado ao ponto de que as estrelas do céu e a luz do Sol e da Lua tenham sido alterados quando ocorreu a ruína da Babilônia. Ou que a Terra tenha saído de seu centro , como expressa o profeta ao se tratar da descrição do estado de um homem posto em estado de fuga, que, sem dúvida, vê toda a luz escurecida, encontra toda doçura amarga e imagina que a Terra lhe é demasiado estreita, e que para ele o céu está encoberto.Logo, ao descrever a tranquilidade que gozavam os israelitas quando Senaquerib tenha perecido, a fertilidade e o repovoamento de suas terras e a tranquilidade de seu reino baixo Ezequiah, disse alegoricamente que a Luz do Sol e da Lua aumentaram. Assim, como se tem dito que a Luz do Sol e da Lua se retiram e transformam em sombras com respeito ao vencido, assim a luz dos astros aumenta para o vencedor. Sempre se encontrará que quando ocorrer a um homem uma grande desgraça, seus olhos se escurecem e a luz parece não ter mais o mesmo brilho, porque o espírito visual se turva pela abundância de vapores e, ao mesmo tempo, se debilita e diminui por causa da grande tristeza e pelo extremecimento da alma. Na alegria, ao contrário, quando a alma se deleita e o espírito visual se aclara, o homem vê, em certo modo, a Luz mais forte que antes.

Corpos de santos incorruptíveis:

Existem muitos corpos de santos que estariam incorruptíveis durante séculos. As explicações dadas são as de que seriam a prova da existência de D'us pelo fato que Ele conservou o corpo daquele homem santo. Dizem também que D'us está “assinando” a sua presença. Mas sabemos que não é bem assim. Desde a antiqüidade é conhecido os processos de mumificações, sejam elas naturais ou artificiais e que, além disso existem processos para a se manter corpos em perfeito estado durante muito tempo (como o caso do corpo de Lenin que está embalsamado na Rússia). Existe também o suposto “milagre” da hóstia ter sangrado, como comprovação da presença do “corpo de Cristo”. Nesse caso, foi comprovado a presença de uma bactéria no trigo que foi feito a hóstia, e formou uma coloração avermelhada.


O que são ,de fato, os ditos milagres?

Como falamos, os milagres NÃO são eventos supra-naturais. E, segundo a opinião de Spinoza, que também é a minha, os milagres são eventos que não ocorrem com mesma intensidade que outros e que, na visão do mundo leigo, parecem eventos extraordinários. Os “milagres” são os eventos que ocorrem com menor frequência, a probabilidade deles ocorrerem são pequenas.

Quando ocorrem casos em que pessoas se salvam, ou curam, de doenças letais ou situações muito desfavoráveis, falam que ocorreu um milagre. Um médico diz que a chance de um paciente de se recuperar é de 1% (ou em torno disso) quer dizer que uma probabilidade pequena e não de ser impossível de se salvar o tal paciente! Um caso desse que todos chamam de milagre. Enquanto a probabilidade for diferente de zero, tudo é possível de acontecer. O milagre não é a ocorrência de um evento impossível (sobrenatural) e sim a ocorrência de um EVENTO NATURAL POUCO PROVÁVEL ( probabilidade pequena, diferente de zero).

Tudo tem uma razão suficiente para acontecer. Quando somos leigos em algum assunto e não sabemos quais os motivos para a ocorrência de certos eventos, dizemos que “foi vontade de D'us”. Como disse Spinoza, D'us tornou-se o “asilo da ignorância” Nada ocorre devido a algo mágico, totalmente inexplicável. É claro que não conseguimos explicar tudo à luz do nosso conhecimento atual. Com o passar dos tempos iremos melhorar e conseguiremos cada vez mais respostas para nossos questionamentos, mas sempre ficarão algumas “nuvens no céu dos questionamentos”.