segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Amuletos e superstições


Em todas as culturas desenvolveu-se crenças de que objetos com o intuito de proteger a família, a própria saúde, a casa contra todos os males possíveis.

Tudo o que se possa imaginar já foi utilizado como amuletos: cristais, plantas, medalhas, estrelas, cruz, partes de animais (como pé de coelho), escapulários. Essas crenças vêm de longa data. E com que base desenvolve-se tais atitudes?

A fonte de tudo isso se dá por causa da ignorância. A ignorância que se tem das coisas. E, por causa disso, começaram a fazer associações errôneas. Associavam, por exemplo, se um determinado pássaro cantou, logo em seguida, uma pessoa conhecida morre, isso “significaria” que se toda vez que esse tipo de pássaro cantar uma pessoa iria morrer. Por ser um fato marcante, o canto do pássaro associa a uma morte. Outro exemplo seria de quem usar escapulários, estará protegido. E citam pessoas que usam e nunca sofreram nada. Mas existem muitas pessoas que não usam escapulários e que também não sofreram nada! No caso de doenças, tem pessoas que colocam cristais sobre o doente, ou qualquer outro tipo de objeto.

Poucos se manifestaram contrários a essas superstições. Maimônides foi um deles. Maimônides, contrário à considerável parte da opinião rabínica na Idade Média, opõe-se rigorosamente a todas as práticas supesticiosas, entre as quais incluía o culto às sepulturas de santos. Ele argumenta contra a tolice dos escribas dos amuletos e contra o uso de objetos religiosos (tais como o Rolo da Torá) para a cura de doenças. Maimônides manifestou violenta hostilidade contra toda forma de pensamento gnóstico e cabalístico.

As superstições estão, até hoje, depois de tanta evolução científica, impregnadas nos pensamentos populares. E, em meio a elas, tem os oportunistas, que se aproveitam da falta de conhecimento do povo. E para piorar, inventam mais superstições, que cegam mais as pessoas, que vivem num mundo de ilusões, achando que estarão salvas pelo simples fato de estarem usando certos artefatos, ou que estão dentro de uma igreja ou templo. E usam a ciência, distorcendo seus conceitos e misturando à idéias errôneas, fazendo-se assim as pseudociências, levando a crenças mais perigosas.

sábado, 26 de janeiro de 2008

A influência dos astros em nossas vidas

A influência dos astros em nossas vidas


Há milênios, o homem olha para o céu, vê uma infinidade de “estrelas”. Cria estórias de deuses que as habitam e estão a todo momento influenciando a vida das pessoas aqui na Terra.
As estrelas e os corpos celestes influenciam nossas vidas. E se influenciam, até que ponto?



Astrologia e Astronomia

Quando mencionamos as palavras “astrologia” e “astronomia”, muitos acham que se referem a mesma coisa. Os vocábulos tem mesma origem.

“Astronomia” significa regra ou lei relativo às estrelas.
Ciência que trata da constituição, posição relativa, movimento e, mais geralmente, dos processos físicos que ocorrem nos astros.

“Astrologia” significa estudo das estrelas.
Estudo e/ou conhecimentoda influência dos astros, especialmente dos signos do Zodíaco, no destino e comportamento humano.



Astronomia é ciência.

A astronomia, como vimos, é a ciência que estudo o movimento, a constituição e os processos físicos que ocorrem nos astros. Para uma área de estudo ser chamada de ciência tem teoria, observação, ou seja, fazendos experimentos que comprovem a teoria a partir de hipóteses e também, a partir de observações, conseguirmos construir teorias que possam ser testadas, por qualquer um. A astronomia tem todas esses requisitos.
Tycho Brahe (século XVII) fez observações das posições de alguns corpos celestes no céu. A partir dos resustados de Tycho, Johannes Kepler desenvolveu as Leis que levam seu nome, as quais dizem:
1º) As órbitas dos planetas ao redor de sua respectivas estrelas são elipses, e a estrela fica em um dos focos da elipse;
2º) A velocidade areolar é constante, o que implica que quando o planeta está mais próximo da estrela a sua velocidade aumenta e mais distante mais devagar.
3º) O quadrado do período da translação do planeta em torno da estrela é proporcional ao cubo da distância média do planeta a estrela.

A lei da gravitação de Newton, que diz: a força entre dois corpos é proporcional as massas destes e inversamente ao quadrado da distância, ou seja, quanto maior a massa, maior a força e, quanto mais distante um corpo está do outro, menor é a força. Esta lei está de acordo com as Leis de Kepler e todas válidas para as devidas limitações.

As teorias foram se aperfeiçoando para explicar fenômenos que ainda não eram explicados. A teoria da relatividade geral da relatividade geral explica a anomalia da órbita de Mercúrio. Einstein fez a predição teórica e esta foi observada durante um eclipse.

Para resumir: Ciência = Teoria + Observação



Astrologia NÃO é ciência.

A astrologia não é ciência, embora muitos pensem que é. A astrologia faz associação de configurações astronômicas com eventos terrestres. Uma determinada configuração de astros na esfera celeste é capaz de indicar, sugerir e/ouinfluenciar a personalidade e o destino de seres humanos nascidos na hora daquela configuração .

Ela (a astrologia) não possui capacidade preditiva, não leva a conclusões regulares, a consistência da teoria não é bem formulada. A astrologia para se tornar uma ciência, ela tem que ser capaz de dizer porque algo acontece e não apenas o que acontece; capacidade de prever e descrever eventos; validar seus resultados; limitar a capacidade de explicação aos contornos da teoria; produzir o avanço do conhecimento.

As grandes inconsistências são:

-Ignorância da grande lista de novos corpos celestes, mesmo no Sistema Solar (asteróides);
-Exigências inconsistentes de informações detalhadas sobre hora de nascimento em relação à latitude e longitude onde ele ocorreu;
-Ausência de correlação comprovada entre horóscopos e diversos testes psicológicos;
-Reprovação em diversas versões do “teste astrológico dos gêmeos”.




Algumas questões para os astrólogos

-Qual momento é crucial para uma previsão astrológica: a data do nascimento ou a data da concepção? Hoje sabe-se que a vida começa na concepção, e não no nascimento.
-Por que diferentes escolas de astrologia discordam tão fortemente entre si? E por que horóscopos de diferentes culturas são mais diferentes ainda, se os planetas continuam os mesmos?
-Se a influência dos astros atua através de uma força conhecida, por que os planetas são dominantes? Caso dependa somente da massa e distância, o Sol e a Lua deveriam sempre ser os mais influentes.
-Se a influência dos astros é veiculada por uma força desconhecida, por que ela independe da distância? Plutão, o menor, mais distante, com ano mais longo e o último astro a ser incluído nos cálculos astrológicos, tem o mesmo peso relativo que o Sol.
-Se a influência dos astros não depende da distância, por que não existe uma astrologia que inclua estrelas, galáxias e quasares? Também não são incluídos cometas, asteróides e corpos menores do Sistema Solar.
-Por que as previsões baseadas nos astros, mesmo somente baseada em tendências, ainda é tão boa (ou ruim) quanto um simples “chute”?



As influências mensuráveis dos astros no nosso dia-a-dia

-Tempestades e explosões solares (freqüente)
-Impactos causados por astéroidesou cometas com mais de 10 km de diâmetro (bastante raro)
-Explosões de supernovas próximas (bastante raro)
-A evolução normal do Sol (início daqui a ~ 1 bilhão de anos)
-Marés produzidas pelo Sol e Lua
-Explosão de hipernovascom feixe direcionado à Terra
-Raios cósmicos produzidos em eventos energéticos



Conclusões

Todos os testes referentes à influência do astros no nosso dia-a-dia, previsão de futuro ou descrição de personalidade não foram bem sucedidos.

A todo momento aparecem em jornais e televisões individuos que dizem prever o futuro, ganhando dinheiro e status com a boa fé das pessoas. Quando esse sujeitos fazem as previsões e não acontecem, caem no esquecimento e ninguém vai cobrar o erro. Mas, quando acertam, logo aparecem para se auto-vangloriarem de sua pseudociência (mas os casos de acertos estão dentro da probabilidade esperada para escolhas ao acaso).

Os astrólogos deveriam ser cobrados por fazerem propaganda enganosa, já que ganham dinheiro em cima de algo que não tem nenhuma base confiável.

Nossas características, personalidades não são condicionadas a posição dos astros numa determinada época, e sim devido ao local que nasce, dependendo da família e da cultura em que está imerso.
D'us põe os homens a prova?



Em várias circunstâncias da vida, quando passamos por situações que exigem grande dedicação, pensamos que D'us está nos colocando a prova. E algumas passagens bíblicas parecem confirmar esta idéia, como no caso em D'us pede a Abraham que sacrifique seu filho único, Isaac, para que prove a sua fé. D'us precisa que provemos a nossa fé?



D'us não está sujeito ao espaço e ao tempo

D'us como o Ser necessário, ou seja, tudo existe a partir de Sua essência, que é o mesmo que Sua existência, sempre existiu. Não é limitado pelo tempo nem pelo espaço. O espaço e o tempo foram criados, como afirmam santo Agostinho e Maimônides e, também afirmado pela Física moderna. Então, podemos dizer que para D'us é um eterno presente e que Ele é imóvel, como Tomás de Aquino, pois D'us é o ente que, pela nossa percepção, pode ser dito de extensão infinita.



Conhecimento que D'us tem sobre as coisas

O conhecimento que D'us detém sobre o Universo é diferente da do homem. O homem tem um conhecimento a posteriori, ou seja, ele conhece as coisas pela relação de causa e efeito. A partir de uma proposição, pensa em cima de suas experiências e conhecimentos, e conclui.Regras de implicação. “Penso” e “concluo que”.

Em D'us já não ocorre assim. Primeiro, o conhecimento de D'us é a priori, ou seja, sabe antecipadamente o que ocorre, pois Ele é o autor da obra, sabe todos os detalhes. Nada pode fugir do seu conhecimento, nenhum pensamento, nada. E segundo, que como D'us não provém nenhuma mudança e não está sujeito ao tempo, seus pensamento não estão em linha de causa e efeito. Ele tem uma “visão” simultânea das coisas, ou seja, a simultaneadade de causa e efeito, Ele vê as causas e os efeitos como idênticos. D'us não precisa concluir as coisas. As causas são as próprias conclusões.



D'us nos põe a prova?

No Guia dos Perplexos (Tomo 3 – capítulo XXIV) o Rambam fala sobre as passagens bíblicas nas quais parecem que D'us , ao infligir males ao homem parace submetê-los a prova de sua fé.
Maimônides diz que estas passagens não podem ser tomadas literalmente, pois D'us não tem necessidade de tais 'provas' para conhecer o sentimento íntimo do ser humano. Maimônides também diz: " As provas das quais a Escritura fala não tem outro objetivo senão regras de conduta ou ensiná-los o que devem crer ou fazer, tomando como conduta do homem piedoso, nos quais a fé e a perseverança permanecem firmes em momentos críticos."

No relato referente à Abraham que concerne o sacrifício de Isaac, Maimônides diz , encerrar duas grandes idéias que são fundamentais na religião. A primeira é fazernos saber o limite entre o amor e o temor à D'us. A Abraham se ordenou que fizesse uma coisa que não poderia comparar-se com nenhum sacrifício material, nem a um sacrifício da vida, era uma coisa extraordinária que a natureza humana não seria capaz de aceitar. Um homem de idade, com um imenso desejo de ter filhos, possuidor de grande fortuna e estima, de tanto desejar este filho e o tem, então quanto amor este pai possui por esse filho! Porque teme à D'us e porque deseja obedecer sua ordem, faz pouco caso de seu querido filho. Renuncia a tudo o que havia esperado dele e ciente em imolá-lo depois da vários dias de viagem. Se Abraham tivesse se apressado a fazer no mesmo instante em que havia recebido a ordem, teria sido um ato desorientado e precipitado, sem demasiada reflexão. Mas, ter realizado esse ato vários dias depois de ter recebido a ordem, implica reflexão e pensamentos maduros; uma prova de respeito que merecia a obra de D'us, assim como do temor e de amor de D'us.
O Rambam conclui: " Não há de crer que D'us queira provar e experimentar uma coisa para chegar a saber o que já sabia antes. Pois Ele está muito acima do que imaginam, em seus pensamentos perversos, os homens ignorantes e estúpidos! "

De fato D'us não necessita saber o que pensamos ou sentimos, pois está escrito: "(...) D'us sonda o abismo e o coração humano, e penetra os seus pensamentos mais sutis. Pois o S'nhor conhece tudo o que se pode saber, Ele vê os sinais dos tempos futuros; Anuncia o passado e o futuro. Nenhum pensamento lhe escapa, nenhum fato se esconde a seus olhos." ( Eclesiástico 42: 18ss)

E como disse santo Agostinho: "D'us nos conhece melhor que à nós mesmos."

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Ser "seguidor" de uma religião mede caráter?

É possível ver o caráter de alguém pela religião?



Para muitas pessoas, a religião determina tudo. Conheço pessoas que colocam como um fator fundamental para se fazer amizade é por qual religião outro indivíduo segue. Será que apenas pelo credo é possível determinar se alguém é ou não de boa índole?
Muitas (não todas) famílias ensinam a seus filhos que apenas a sua religião é a verdadeira e que as outras são heréticas, que pregam coisas erradas. Ex: Os católicos dizem que espiritismo é coisa do demônio, o mesmo dizem os protestantes que também atacam os católicos por idolatria, entre outras acusações. Com esse tipo de coisa, só se fomenta o ódio e a guerra, fazendo só discórdia em nosso mundo.

Pelo meu pouco tempo de vida, convivi com pessoas das diversas crenças: católicos, judeus, protestantes, budistas, espíritas, umbandistas e ateus. E, dentre todos os meios, cultivei grandes amizades e pessoas pelas quais respeito muito. Mas, em cada uma delas também, conheci pessoas mesquinhas, egoístas, arrogantes. Eu garanto que vocês, meus leitores, seja de que crença for, ou de nenhuma crença. Conheço católicos de ótimo caráter, seguidores fiéis de sua igreja, e que são sempre leais. Mas também conheço católicos que vão as missas todos os domingos mas vivem a “fuxicar” e articular contra os seus semelhantes. Protestantes também, conheço muitos pelos quais tenho grande amizade, dignos de toda confiança, mas conheço muitos outros que mentem, enganam o próximo, só querendo levar vantagem em tudo, independente se vai prejudicar alguém. Muitos dizem que os ateus só pelo fato de não acreditarem em D'us, não são bons indivíduos. Isso é falso. Conheço ateus que são muito mais honrados, mais caridosos do que muito devoto que esta sempre rezando e que pouco faz pelos outros, quando não prejudica.

Minhas amizades não estão condicionadas se alguém é de uma ou outra religião. Religião não determina se uma pessoa é correta, justa, digna. Em muitas situações, a religião pode ser um fator importante para construir o caráter de um indivíduo, mas não o determinante. E também tem algo importante: em nome de uma crença ou ideologia, mata-se muita gente. A história nos mostra. Quanta gente morreu nas cruzadas patrocinadas pela Igreja Romana contra os árabes e judeus? E pela Inquisição? E pelo nazismo, sob a idéia doentia de uma “raça superior”? Os terroristas árabes, que usam a fé cega de muita gente para morrer por uma causa? E gente inocente morre, de todas as raças, crenças, em nome de uma fé que, pergunto, tem sentido?



Alguma religião pode ser dita como boa para o ser humano?
Vocês poderiam argumentar em que sentido alguma religião pode ser dita como boa, se é no nosso mundo ou numa possível vida pós morte. Vou me ater apenas nas consequências aqui no nosso mundo, no “aqui e o agora”.
O que pude observar no meu pouco tempo de vida:
têm muitos católicos que tem uma vida longa, com muita saúde e muitos católicos que morrem cedo. Do mesmo modo com protestantes, judeus, budistas. Em todas! Em todas há indivíduos que gozam de uma vida saudável, sem maiores atribulações. E em todas também há indivíduos que sofrem as piores desgraças. E, para qualquer indivíduo, todos têm o mesmo destino: a morte. Vejo muita gente pregar, argumentar, usar dos divervos dizeres para que consigam mais seguidores. E apelam para os diversos motivos, como “ se você não for da minha igreja, você irá direto para o inferno, onde ficará por toda a eternidade”.
Não é preciso ser estudado nem nada para perceber que, todos nesse mundo, crentes (de qualquer segmento) ou não, estão sujeitos aos mesmos dilemas e mesmas graças e ao mesmo fim.
Tenho minhas convicções. Mas estas podem não ser as mesmas para algum de vocês. Por isso tentei colocar da forma simples o que está a nossas vistas e que, na maior parte das vezes não reparamos. Não vou dizer se a religião “A” ou a “B” é a melhor. Cada um escolhe conforme suas necessidades mas o importante é que, pelo menos, toleremos os que não compactuem com nossas crenças, para que tenhamos um mundo melhor.

sábado, 5 de janeiro de 2008

O mundo é uma ilusão?

O mundo é uma ilusão?
As religiões orientais (budismo, hinduísmo, taoísmo) falam que o mundo no qual vivemos, ou seja, tudo o que vemos e acreditamos não existe na realidade. São apenas construções de nossas mentes. Será que vivemos de fato num universo ilusório?
O mito da caverna, de Platão
“Pessoas vivem no fundo das cavernas. Não tem acesso ao mundo exterior, pois estão acorrentadas. Elas só vêem sombras dos objetos exteriores projetadas nas paredes.
As pessoas que estão presas a essas cavernas, não tem noção de que existe um mundo a sua volta muito maior então, elas não têm como, por elas próprias, buscar sair dessa prisão. Só alguém que está fora da caverna é que pode libertá-los.
A pessoa que viveu durante muito tempo preso na caverna, quando liberta, ficará pertubada. Ficará pertubada em ver a luz pois, ao viver ficar muitos anos nas trevas, seus olhos não estão acostumados com a luz e preferem voltar a caverna, e continuar vivendo num mundo de sombras.”
Budismo
Sidartha Gautama, o Buda (do sânscrito: desperto, iluminado) que viveu no século VI a.C, era um príncipe que buscou conhecer o mundo além dos muros do castelo em que vivia. Abandonou o luxo e a fartura para essa experiência.
Andou por várias cidades da Índia, fez longo jejum que quase o levou a morte. Nisto Buda concluiu que não devemos viver nos extremos, ou seja, não deve-se alimentar em demasia, nem abster-se completamente.
Quando Sidartha entrou em meditação na floresta, foi tentado por “demônios” (bem parecido com a tentação que Jesus passou no deserto). E concluiu que o sofrimento vem do apego. E Buda também diz que o mundo é uma ilusão (maya).
Filme “Matrix”
A trilogia “Matrix” fala que após o desenvolvimento da inteligência artificial, as máquinas adquiriram consciência e começaram a se auto projetarem e parq obterem mais fonte de energia, escravizaram os seres humanos, como uma espécie de cultivo. As pessoas viviam em cápsulas, onde seus cérebros são ligados a um programa de projeção de realidade, no qual as pessoas pensam estar vivendo, mas vivem numa ilusão: são apenas um simulador da realidade. Apenas por impulsos nervosos, é possível ter a sensação de alegria, prazer, cansaço, fome. Mas, na realidade, estão todos presos a cápsulas, onde as energias vitais exaladas são utilizadas pelas máquinas para se manterem.
Quando o personagem Morpheus liberta Neo do casulo, este diz que não consegue enxergar e Morpheus responde: “Você nunca os usou”. Esse relato é bem parecido com o do mito da caverna de Platão, não é? Sim. Os produtores da trilogia Matrix, tiveram como fontes a filosofia grega, as tradições orientais já que estas acreditam que o mundo é uma ilusão.
As limitações da percepção humana
Os nossos cinco sentidos têm uma pequena faixa de percepção da realidade. Por exemplo, o olfato do cachorro é bem mais apurado que o nosso e audição deste (o cachorro) abrange frequências que o ser humano não pode captar. A luz visível para nós vai desde o vermelho até o violeta. Mas existe frequências além destas que nossa visão não consegue enxergar. Estamos muito limitados naturalmente para perceber o universo a nossa volta. Só temos como observar uma parcela da realidade.
Com o desenvolvimento da ciência, nosso horizonte de percepção aumentou bastante. Conseguimos “ver” coisas que a olho nu não enxergávamos, conseguimos escutar o que não escutávamos. E coisas que nem imaginávamos que existiam, conseguimos descobrir. Mas nossa percepção ainda é limitada. Melhoramos bastante, mas ainda há o que aprimorar!
O mundo de fato é uma ilusão?
Tenho um amigo budista que afirma que o mundo é uma ilusão. Ele diz que tudo o que existe a nossa volta não existe de verdade, é tudo uma projeção de nossa mente. Resumindo: nada é real. Tudo é ilusão.
Não concordo com ele. Para mim, o mundo não é uma ilusão. O que é ilusão é a forma de como percebemos as coisas. Se o mundo de fato fosse uma ilusão, então as leis físicas que descrevem a Natureza, também seriam uma ilusão e para que então a estudaríamos?
Maimônides no Guia dos Perplexos, fala sobre o que impede o homem conhecer a verdade:
1)As pretensões ambiciosas e rivalidades que impedem ao homem perceber a verdade tal como ela é;
2)A sutileza da coisa perceptível em si mesma, sua profundide e dificuldade de percebê-las;
3)A ignorância do que percebe e sua incapacidade de alcançar aindo do que é possível alcançar;
4)O costume e a educação, porque está na natureza do homem amar e ser atraído ao que lhe é familiar.O homem ama as opiniões que lhe são familiares e nas quais foi criado, fica presa à elas e teme as que estão fora. Pelo mesmo motivo o homem fecha os olhos a percepção das verdades e se inclina a seus hábitos, como ocorre com o vulgo sobre as questões de corporidade e de muitas coisas metafísicas. Isto tudo a respeito da forte influência sobre a maioria dos homens exercem a leitura dos livros religiosos e o hábito de tomar literalmente as palavras da Escritura que usam imágens e alegorias. O Rambam diz que esta causa de erro só existe entre aqueles que crêem na autoridade dos livros sagrados e que professam uma religião revelada por D'us. Contudo, esta fonte de erro também existia entre os gregos, porque o povo admitia a verdade das fábulas mitológicas. Aristóteles mesmo fala em diferentes passagens do poder do hábito e das crenças, que são, as vezes, um obstáculo para o conhecimento da verdade.
O homem que é criado dentro de um conjunto de crenças, ele se nega a conhecer coisas fora do mundo que vive. Ele vive num mundo de ilusão e desta não quer sair, como acontece com o “prisioneiro da caverna”: prefere continuar vivendo num mundo de ilusão do que encarar a verdade, nua e crua.
Não existe uma única ilusão. Cada um é criado e vive dentro daquela crença que lhe conforta melhor o coração.
Muita gente busca crenças que lhe dêem alegria para viver e que prometem numa vida feliz numa vida eterna. Muitos líderes religiosos e políticos se aproveitam da ingenuidade que estas pessoas têm e angariam grandes quantias de dinheiro para sustentar as crenças destas pessoas.
E, por mais que digamos que estas pessoas estão sento iludidas, elas não querem sair dessa cegueira.
Resumindo:as pessoas preferem viver numa ilusão pois é preferível viver numa ilusão confortante do que a vida de fato é.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Premonição

Premonição



Vemos com muita frequência em jornais, revistas e televisão casos de indivíduos alegando ter previsto certos acontecimentos, como morte de pessoas famosas, queda de aviões. Outros alegam receber mensagens de pessoas já falecidas. Esses acontecimentos tem algum cabimento? Tem algum fundo de verdade?



Mensagens não viajam para o passado

Como vimos no tópico “É possível viajar no tempo?”, se pudermos viajar no tempo, só o podemos para o futuro. A viagem para o passado é vedada pela Segunda Lei da Termodinâmica, da qual temos que a entropia (desorganização) do Universo sempre aumenta. Se caso admitirmos retroagir no tempo, estaríamos admitindo que os cacos de um copo que caiu no chão se juntem para reconstituir o tal copo. Se acaso pudermos enviar uma mensagem para as gerações passadas de tal modo que estas matem nossos avós, acarretaria que nossos pais não nasceriam e, consequentemente, não nasceríamos e não poderíamos enviar a tal mensagem!



Os padrões existentes no mundo

O mundo a nossa volta está rodeado de padrões, sejam eles naturais ou não. Muitos dos eventos naturais têm padrões bem visíveis, como a mudança das estações, o movimentos sazonais das aves, as marés, entre outras.

Os comportamentos humanos também tem padrões, sejam individuais ou de grupos sociais. Os horários de ida para o trabalho e escala e as respectivas saídas. Pessoas em certas regiões tem certos costumes e crenças. Em ocasiões de grande alegria, as pessoas saem para dançar, beber, descontrair. Quando perde-se entes queridos, costumam-se beijar a foto do falecido. O texto não teria fim se fossemos mencionar todas as reações humanas frente as situações da vida.
Resumindo: existem padrões comportamentais entre os seres humanos.



Reconhecedores de padrões

Muitas vezes identificamos pessoas inteligentes aqueles que detém títulos acadêmicos. Mas isso não é sempre válido.
Em cidades do interior há pessoas que mau sabem escrever o próprio nome mas que sabem a época certa para plantio e colheita, a melhor maneira de separar os animais para obter as crias mais fortes, prever se vai chover ou fazer tempo bom nos dias seguintes. Este tem a capacidade de conhecer os padrões na região em que vive.

Podemos citar os casos de mães-de-santo que, alegando ter visões de espíritos, conseguem ver os dilemas em que as pessoas que as procuram passam. Elas (as mães-de-santo) conseguem ver pela fisionomia das pessoas, que elas procuram um aconselhamento. E tem também,é claro, que quem as procuram, devem ter algum problema, pois ninguém vai procurá-las sem ter alguma dificuldade.

Tem os casos de pessoas que tem uma habilidade estupenda com números, mesmo sem ter feito faculdade na área de exatas. Fazem contas gigantescas, de forma bem rápida.



O nosso cérebro nunca pára

O cérebro é a parte do nosso organismo que nunca pára. Ele está sempre processando, mesmo quando estamos dormindo. Quando estamos acordados, vamos captando as informações que nos “bombardeiam”, através dos 5 sentidos e, apenas 10% dessas informações é que conseguimos ter conscientemente. Estas e os outros 90% que ficam no subconsciente, vão se processando, juntamente com os conhecimentos e experiências que acumulamos ao longo da vida. E, durante o sono, a parte consciente fica inativa. Apenas o subconsciente fica ativo e processa as informações acumuladas e produz os sonhos. E muitos de sonhos são bem úteis. Podemos citar dois casos bem marcantes da ciência: o caso de Mendeleev, que montou a tabela periódica dos elementos químicos e do descobridor da estrutura do benzeno. O primeiro (Mendeleev) trabalhou muito tempo para descobrir a melhor maneira de organizar os elementos químicos numa única tabela, mas não conseguia. Depois de um dia exaustivo, ao dormir, apareceu num sonho a organização exata, perfeita. Ao acordar, Mendeleev colocou no papel e viu que os resultados batiam. No caso da estrutura do benzeno, que é a substância constituída por seis carbonos, o seu pesquisador não conseguia encontrar a forma da molécula. Após muito trabalho, num sonho, o químico viu uma serpente mordendo a própria calda. Pronto. Ele constatou que a estrutura do benzeno era uma cadeia fechada.

Os casos que citei não são os únicos. Eles acontecem toda hora. Quantas vezes você buscava solução para algum problema, não conseguia de jeito nenhum e, relaxando um pouco, se desligando do problema, tempo depois a resposta vem a sua cabeça.? Isso não é mágica. Nosso cérebro é um computador, que pega as informações e as processa, dia e noite, sem parar. Muitas vezes dão resultados certos e, muitas outras, erradas.



Premonição

Entende-se por premonição “enxergar algo que vai acontecer” e muita gente alega que é um fenômeno supranatural. E, na maioria das vezes, as premonições estão associadas a tragédias, mortes.

Quantas vezes você já viu na imprensa, logo após eventos de grande repercussão, tipo morte de um papa, de um artista ou queda de avião, os “videntes” que disseram ter previsto tais acontecimentos.

Muito bem, vamos separar a premonição em dois casos:
casos aleatórios: os casos de nosso quotidiano, que ocorrem a todo momento. A todo momento temos visões. E claro que as visões estão relacionadas a coisas que lidamos, como trabalho, parentes, estudos. Tudo o que vemos ao longo de nossos dias ficará empregnado em nosso subconsciente e, como falamos acima, nosso cérebro processa tudo o que acontece e gera sonhos relacionados ao que foi vivido. Esses sonhos podem ser visões de coisas que venham a acontecer.

Mas, como falei anteriormente também, muitas dessas visões podem resultar (como na solução de muitos problemas) em coisas que vão acontecer ou não. E, é claro, que as que acontecem ficam marcadas e as visões que não aconteceram são esquecidas.

Os charlatães: estes, que tem um certo respaldo da imprensa. Aparecem como “profetas”. No início do ano, dão precisões. Mas sempre falam coisas vagas, do tipo “uma grande personalidade irá morrer”. Mas é claro que uma pessoa famosa vai morrer esse ano! Eles vão dando chutes. Quando acertam, gritam a quatro cantos que acertaram (que são poucas vezes). E também falam depois do evento ocorrido, alegam que tinham avisado, escrito cartas registradas. Vamos desenvolver alguns exemplos:

O caso do “vidente” que registrava em cartas suas previsões: esse sujeito, que vive no interior do estado de Minas, alegava ter visões, como saber onde estava escondido Saddam Hussein e previsto o acidente no aeroporto de São Paulo. Ele diz registrar as cartas e enviar para as vítimas. Mas, como mentira tem “perna curta” verica-se que a data de registro das cartas é posterior aos referidos acontecidos. Só as datas das postagens que eram falsificadas na própria agência de correio da cidade do “vidente”.

E outro exemplo bem interessante é dos astrólogos, numerólogos e pais de santo que fizeram a previsão para os principais times de futebol para o ano de 2007. (essas “previsões” foram postadas em janeiro de 2007) vejamos alguns:
-Corínthians: previsão: vaifazer um bom campeonato brasileiro. De repente, a torcida corinthiana pode comemorar o título. Fato: caiu para a segunda divisão.
-Fluminense: previsão: não seria um bom ano para o clube das Laranjeiras. Vai lutar para não cair. Fato: Campeão da Copa do Brasil e 4º colocado no campeonato brasileiro.
-São Paulo: vai fazer um bom campeonato brasileiro mas não vai ser campeão. Fato: São Paulo campeão brasileiro.



Conclusões
A conclusão de tudo o que vimos é que as ditas “Premonições” NÃO são eventos supranaturais. O nosso cérebro processa todas as informações que estamos imersos no nosso dia-a-dia. E que muitas pessoas, mesmo sem um conhecimento acadêmico, podem ter grande capacidade de observar padrões naturais e comportamentais humanos e, a partir destes, fazer previsões bem precisas, que aos olhos de muitas pessoas, parecem sobrenaturais.

A todo momento temos visões. Algumas de fato ocorrem e outras são apenas “alarmes falsos”. O fato é que, quando acontecem, essa visões ficam marcadas como oráculos. E as que não acontecem são vistas como sonhos comuns.

E o mais importante: essas visões são acontecimentos naturais. Não é o fato da pessoa querer ter uma visão que ela vai a obter. Então não acredite em pessoas que se dizem “oráculos de D'us”, que dizem prever o futuro pois, se o fosse, eles poderiam resolver todos os problemas a sua volta.